De onde vem a vontade por doces

Entenda os fatores por trás do desejo por açúcar e como manter uma alimentação equilibrada

Simone Dias
Por Simone Dias  - Nutrição 4 Min Leitura
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Imagem: Adobe Stock
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A vontade por doces é uma experiência comum que pode ser influenciada por diversos fatores, desde hábitos alimentares até questões emocionais. Entender essas influências é essencial para abordar de forma eficaz o consumo de açúcar e promover uma alimentação mais equilibrada. Como nutricionista com abordagem comportamental, trago uma perspectiva que considera o paladar acostumado, a busca por conforto, as restrições alimentares, a tensão pré-menstrual (TPM) e a procrastinação.

Hábito e paladar

Desde cedo, somos expostos a alimentos ricos em açúcar. Muitos de nós crescem associando doces a momentos de celebração e recompensa. Essa exposição constante condiciona o nosso paladar, tornando-o mais acostumado e até dependente do sabor doce. Quanto mais consumimos açúcar, mais o nosso corpo e mente passam a desejá-lo, criando um ciclo difícil de quebrar.

Busca por conforto

Os alimentos doces estão frequentemente associados a conforto emocional. Em momentos de estresse, tristeza ou ansiedade, é comum recorrer a esses alimentos como uma forma de buscar alívio imediato. O açúcar provoca a liberação de neurotransmissores como a serotonina, que promovem sensações de bem-estar, embora temporárias. Esse comportamento reforça a ideia de que os doces podem ser uma solução rápida para questões emocionais.

Restrições alimentares

Curiosamente, restrições alimentares rígidas podem aumentar a vontade por doces. Quando nos proibimos de consumir certos alimentos, nosso desejo por eles pode aumentar, levando a episódios de compulsão. Esse fenômeno é conhecido como o “efeito da privação”, em que a restrição cria uma obsessão pelo alimento proibido, culminando em um consumo excessivo quando finalmente o permitimos.

Tensão Pré-Menstrual (TPM)

Muitas mulheres relatam um aumento na vontade por doces durante a TPM. As flutuações hormonais, especialmente a queda nos níveis de serotonina, podem contribuir para esse desejo. Além disso, o corpo pode buscar mais energia e conforto durante esse período, levando ao consumo de alimentos que proporcionem uma rápida sensação de satisfação.

Procrastinação

A procrastinação é outro fator interessante a considerar. Muitas vezes, recorrer a doces pode ser uma forma de adiar tarefas indesejadas. Ao consumir açúcar, buscamos uma distração prazerosa que nos afasta temporariamente das responsabilidades. Esse comportamento, entretanto, pode criar um ciclo de procrastinação e consumo de doces, dificultando a quebra desse padrão.

Abordagem comportamental

Para lidar com a vontade por doces de forma eficaz, é importante adotar uma abordagem comportamental que envolva a compreensão e a modificação dos hábitos alimentares. Educar sobre a importância de uma alimentação equilibrada, explorar alternativas saudáveis e desenvolver estratégias para lidar com as emoções de forma mais construtiva são passos fundamentais.

Promover a consciência sobre os próprios hábitos, entender os gatilhos emocionais e fisiológicos, e trabalhar para substituí-los por escolhas alimentares mais saudáveis pode ajudar a reduzir a dependência de doces. Além disso, incentivar uma alimentação intuitiva faz com que o indivíduo reaprenda a ouvir os sinais de fome e saciedade do corpo, resultando em contribuir para uma relação mais saudável com a comida.

A vontade por doces é uma questão multifacetada que vai além de simplesmente gostar de açúcar. Compreender suas raízes pode nos ajudar a adotar uma abordagem mais compassiva e eficaz para lidar com esse desejo, promovendo não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional.

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Posted by Simone Dias Nutrição
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Especialista em comportamento alimentar – Foco ajudar mulheres a entenderem a alimentação como uma grande aliada na saúde e na qualidade de vida.
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