A limpeza pública do Distrito Federal começou a viver uma nova fase. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) iniciou, em 2024, uma transformação digital com investimentos de aproximadamente R$ 2 milhões voltados à modernização da gestão e dos serviços prestados à população.
A aposta é em tecnologia para tornar a limpeza urbana mais eficiente, transparente e sustentável. A autarquia está renovando sistemas, desenvolvendo novas ferramentas e estreitando a relação com os cidadãos por meio de plataformas digitais.
Entre os principais avanços está o fortalecimento da inteligência geográfica para planejar e fiscalizar ações. Um dos destaques é o Simlur — Sistema de Monitoramento de Limpeza Urbana — que compara, com base em dados geoespaciais, o que foi planejado com o que realmente foi executado. O sistema também permite o mapeamento de áreas de descarte irregular e a otimização das rotas de coleta.
Segundo a diretora de Tecnologia e Inovação do SLU, Fabiana Ribeiro, o uso estratégico dessas ferramentas garante decisões mais acertadas.
Ampliamos nossa capacidade de análise espacial, o que fortalece a formulação de políticas públicas e o combate ao descarte irregular, explica.
Outro avanço importante é o controle dos resíduos que chegam aos PEVs — os conhecidos papa-entulhos. A nova ferramenta registra a entrada de resíduos da construção civil, podas, móveis usados e recicláveis, dando mais visibilidade ao fluxo desses materiais.
Transparência e participação cidadã
A população também passa a ter um papel mais ativo. O aplicativo SLU Coleta DF permite acompanhar, em tempo real, a rota dos caminhões de lixo, tanto da coleta convencional quanto da seletiva. A ferramenta informa dias, horários e localização da coleta, tornando o serviço mais acessível e transparente.
Além disso, o monitoramento dos caminhões por GPS garante o controle da qualidade do serviço prestado. Isso inclui até mesmo equipes de varrição manual e mecanizada. Com os dados cruzados, o SLU consegue confirmar se o serviço foi realizado conforme o planejado — e o cidadão, por sua vez, pode verificar tudo pelo celular.
“Essas ações criam um ciclo de confiança entre o SLU, os prestadores e a população”, reforça Fabiana. “Informação em tempo real, transparência e fiscalização efetiva se complementam.”
Olhar para o futuro
Em 2025, o SLU quer ir além. Estão em estudo projetos que envolvem sensoriamento remoto, câmeras inteligentes, cruzamento de dados geoespaciais e até algoritmos de inteligência artificial. A meta é monitorar, de forma ainda mais precisa, os pontos de descarte irregular e antecipar situações de risco.
As tecnologias prometem ajudar a direcionar recursos com mais eficiência, melhorar o saneamento, reduzir o lixo em locais inadequados e, como resultado, gerar impactos diretos na saúde pública e na qualidade de vida no DF.
O futuro da limpeza urbana no Distrito Federal já começou — e ele vem com dados, mapas, inteligência e uma nova conexão com quem mais importa: a população.