Pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revela a dimensão da economia do crime organizado no Brasil. As organizações criminosas estão se profissionalizando, aproveitando brechas legais, falhas de fiscalização e a lentidão no combate para investir em mercados formais de alto valor, como ouro, combustíveis, tabaco e bebidas. Segundo o estudo, apenas nessas áreas, o crime movimentou R$146,8 bilhões em 2022.
Os números detalhados mostram:
• Combustíveis: R$ 61,5 bilhões
• Bebidas: R$ 56,9 bilhões
• Ouro: R$ 18,2 bilhões
• Tabaco/cigarro: R$ 10,3 bilhões
(Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública)
Crimes digitais e furtos de celulares somaram R$ 186 bilhões no mesmo período. Em comparação, o tráfico de cocaína gerou “apenas” R$ 15 bilhões — menos que o tabaco.
Vamos fazer alguns comparativos para deixar tudo mais claro?
Porque quando falamos em Bilhões, perdemos um pouco a noção de valores. Não é verdade?
• O orçamento da Polícia Federal em 2024 foi de R$ 10,4 bilhões (Portal da Transparência).
• Os gastos totais em segurança pública em 2022 atingiram R$ 124,8 bilhões — apenas 0,34% do orçamento nacional.
Ou seja, o lucro do crime organizado é 2,5 vezes maior que o investimento do Estado para combatê-lo.
• Petrobras teve lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024. O crime organizado lucrou cerca de 9,2 vezes mais que a maior empresa do Brasil.
• Vale registrou US$ 6,16 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões). (Fonte: Poder360)
Ou seja, juntas as duas maiores empresas do país não superam o lucro do crime.
O que falta? Como resolver e ser mais eficiente?
Nossos políticos, principalmente Congresso e Ministério da Justiça e Segurança Pública, já têm esse diagnóstico e mapeamento. Sabem o que precisa mudar e ser feito. Mas os interesses menores e dissonantes da necessidade de combate efetivo imperam há mais de 30 anos.
Para além do já batido “follow the Money/products”, para identificar e interromper o financiamento do crime organizado e a utilização de inteligência financeira e tecnológica há necessidade urgente de novo modelo de investigação: CÉLERE, EFICIENTE, COM CONSTRIÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA E APLICAÇÃO DE PENAS.
O desafio é enorme. Mas ainda alcançável. Mas… Se demorarmos muito pode ser tarde demais.
Interesses políticos e pseudo-judiciais minam essas melhorias no combate ao crime organizado há 30 anos. A infiltração deles no poder já é incontestável.
É hora de acordar — ou o Brasil permanecerá em “berço esplêndido” enquanto o crime avança?