Um intenso tiroteio sacudiu a zona norte do Rio de Janeiro durante uma ação policial voltada para cumprir mandados contra integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP). A violência resultou no fechamento de duas das principais vias expressas da cidade — a Avenida Brasil e a Linha Vermelha — e levou a prefeitura a decretar nível 2 de alerta em uma escala que vai até 5.
O confronto afetou diretamente a rotina dos moradores. Pelo menos dois ônibus foram atingidos por disparos, ferindo um motorista e um passageiro, conforme dados da Federação das Empresas de Mobilidade do Rio (Semove). A circulação do BRT e de linhas da Supervia também sofreu interrupções, e cerca de cinquenta linhas de ônibus precisaram mudar seus itinerários.
Além do impacto no transporte, a segurança do cotidiano das comunidades foi comprometida. Uma escola estadual e 21 unidades da rede municipal de ensino fecharam as portas em bairros como Parada de Lucas e Vigário Geral. Sete unidades de saúde da região suspenderam o atendimento, incluindo clínicas da família e centros municipais, comprometendo o suporte básico à população.
Serviços públicos
A polícia revelou que o TCP mantém controle rígido do Complexo de Israel, utilizando barricadas, drones e até toque de recolher para intimidar moradores. O grupo armado impõe monopólio sobre serviços públicos, promove intolerância religiosa e realiza ataques contra rivais e agentes policiais. Um núcleo especializado em atacar aeronaves policiais também foi identificado.
O episódio evidencia o desafio constante que a cidade enfrenta na luta contra o crime organizado e o impacto direto dessa violência na vida dos cariocas.