O alcance das informações por meio das mídias digitais é cada vez mais amplo ou estamos todos reféns dos algoritmos que escolhem o que “gostaríamos” de saber? Não é novidade que a Inteligência Artificial nos direciona de acordo com nossas escolhas iniciais ou simples pesquisas realizadas em sites de consulta. No entanto, isso cria verdadeiros nichos de informação em que recebemos muito do mesmo, impossibilitando o contraponto, a reflexão e a escolha, tendo em vista que estes não nos encontram.
Bolhas ideológicas

Muitos ainda acreditam que escolhem o que leem, o que lhes é exposto nas redes sociais ou como suas mensagens chegam aos outros. Mas não é o que acontece e isso amplifica as possibilidades de os algoritmos influenciarem nossos comportamentos e escolhas, prendendo-nos em bolhas ideológicas que reforçam pontos de vista e não nos permitem conhecer outras tantas perspectivas. Somos todos submetidos a uma sutil e nada transparente imposição de conteúdos que não escolhemos a priori.
Influência das bigtechs nas redes sociais
Para além das questões comerciais envolvidas e que revelam um movimento dinâmico e insistente que leva tantos ao consumo irrefletido, tais nichos ideológicos contribuem para a polarização política e para uma influência nefasta das bigtechs sobre o que deve ser amplificado ou refreado nas redes sociais. A falta de regulamentação, auditoria ou acompanhamento do funcionamento dos algoritmos leva ao agravamento da situação que impede qualquer contestação sobre como tais mecanismos funcionam ou quais são as intencionalidades de quem as detém.
Outra questão a ser levada em conta é que os algoritmos consideram os dados que são disponibilizados e refletem os valores, os princípios, as intencionalidades e as visões de mundo de seus desenvolvedores. Dessa maneira, fica muito fácil compreender que são manipuláveis. É sempre bom lembrar que, por detrás dessas máquinas, estão pessoas que vão tratar os dados segundo suas verdades.
Conteúdos que parecem personalizados muitas vezes abrigam a intenção de direcionar grupos sociais inteiros para um caminho, uma escolha que de inocente nada tem. Quando refletimos sobre tais questões, precisamos estar atentos e buscar fontes diversas de leitura, de educação, de tendências ideológicas… Educar nossa mente para acurar o olhar e buscar novas perspectivas de mundo para além daquelas que tão facilmente nos apresentam.