A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos e seis meses de prisão em regime fechado. Por unanimidade, a Primeira Turma também determinou a perda do seu mandato — no julgamento mais duro contra uma parlamentar da base bolsonarista desde os atos golpistas de 8 de janeiro.
A decisão inclui multa de R$ 2 milhões por danos coletivos e inelegibilidade por oito anos. Zambelli articulou, segundo a acusação, com o hacker Walter Delgatti Neto — o mesmo da Vaza Jato — a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde foram emitidos documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Golpe digital frustrado
Em seu voto, Moraes afirmou que a deputada agiu com “premeditação, organização e consciência”, utilizando o cargo para atacar o Judiciário. “Zambelli sabia o que fazia e buscou desestabilizar as instituições democráticas”, cravou o relator.
A defesa alega perseguição e cerceamento. A deputada diz ser alvo por não se curvar “aos abusos de poder”. Mas o Supremo foi unânime: houve crime, dolo e comando.
Com a execução da pena ainda pendente de recursos, a decisão marca uma derrota simbólica para o bolsonarismo no Congresso — e um recado direto do STF: imunidade parlamentar tem limite.