Às vésperas do carnaval, o Brasil se prepara para a tradicional festa, mas a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta sobre o risco de complicações respiratórias, especialmente em crianças e idosos, diante das aglomerações típicas dessa época. Apesar de não haver aumento significativo de casos graves de covid-19 em nenhuma unidade da federação, o Infogripe, boletim da Fiocruz, alerta que o carnaval pode acelerar a transmissão de vírus respiratórios.
Embora a incidência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tenha se estabilizado ou mostrado oscilações nas últimas semanas, a movimentação intensa de pessoas pode agravar o quadro de quem já apresenta sintomas gripais, como coriza, tosse e febre. O alerta vale tanto para quem está planejando se divertir nas festas quanto para o período pós-folia. Especialistas recomendam que, em caso de sintomas mais graves, a procura por atendimento médico deve ser imediata, com a orientação de evitar eventos lotados.
Vacinação: um reforço necessário
Outra recomendação importante é a atualização da vacinação, principalmente para crianças com menos de 5 anos e idosos, além de gestantes e pessoas com comorbidades. A vacinação contra a covid-19 tem se mostrado crucial, já que a doença pode evoluir para complicações respiratórias graves. Para aqueles com esquema vacinal incompleto ou atrasado, é essencial buscar um posto de saúde o quanto antes.
A SRAG, que compromete as funções pulmonares, é uma complicação grave de doenças respiratórias que pode levar à internação ou até à morte. Até o dia 22 de fevereiro, o Brasil registrou mais de 13,5 mil casos de SRAG, dos quais cerca de 2.200 foram confirmados como covid-19. A maioria das mortes, aproximadamente 80%, teve o coronavírus como causador.
Crianças: uma preocupação crescente
O boletim também destaca o aumento de casos de SRAG em crianças e adolescentes, especialmente após o retorno às aulas. Estados como Acre, Pará, Roraima, Tocantins, Sergipe, Goiás e Distrito Federal continuam a registrar uma alta de casos entre menores de 14 anos. Goiás e o Distrito Federal, por exemplo, já identificaram o vírus sincicial respiratório (VSR) como o principal causador da gravidade nos casos, afetando principalmente crianças com menos de 2 anos.
Embora a situação de SRAG em crianças ainda seja considerada baixa em algumas regiões, a tendência de crescimento é preocupante, e a vigilância deve ser redobrada, sobretudo em unidades da federação como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. De maneira geral, os principais vírus responsáveis pelas complicações no Brasil são o coronavírus (45,3%), o rinovírus (21,2%) e o VSR (19,3%).
Com o carnaval se aproximando, o apelo é para que, além da diversão, haja também uma atenção redobrada com a saúde, principalmente de grupos mais vulneráveis, para que a festa não traga consequências ainda mais graves.