O Carnaval é sinônimo de diversão, mas também pode ser um período de risco para a saúde. Foliões de todo o Brasil devem ficar atentos aos cuidados necessários para evitar doenças transmissíveis, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), doenças respiratórias e gastrointestinais. O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Marcos Davi Gomes, alerta para o aumento da circulação de vírus e bactérias nesse período, especialmente devido ao contato intenso e ao consumo de alimentos e bebidas em locais não adequados.
As ISTs são, sem dúvida, as infecções mais comuns durante o Carnaval. O aumento da socialização e da atividade sexual sem proteção é um dos fatores que contribuem para o maior número de casos. Sífilis, gonorreia, clamídia, HPV, herpes genital e HIV são algumas das infecções que têm crescido nos últimos anos, e o consumo de álcool ou outras substâncias pode diminuir a percepção dos riscos. Muitas dessas doenças podem ser assintomáticas no início, o que facilita a sua transmissão.
Marcos Davi enfatiza a importância do uso de preservativos em todas as relações sexuais. “Além disso, quem se encontra em situação de risco deve considerar o uso de medicamentos de profilaxia, como a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição)”, afirma. Testes de ISTs antes e depois da folia também são fundamentais para garantir a saúde, assim como a vacinação contra hepatites A e B e o HPV.
Sífilis e Outras ISTs
Outro dado alarmante vem da sífilis. Entre 2019 e 2023, o número de casos registrados no Distrito Federal aumentou significativamente, com uma taxa de sífilis adquirida que subiu de 77,5% para 123,5% em 2023. A doença continua a ser uma preocupação, especialmente porque seus sintomas iniciais podem ser imperceptíveis.
Além das ISTs, o Carnaval também pode trazer riscos relacionados a doenças respiratórias, como a covid-19, gripe e mononucleose, que se espalham facilmente entre as grandes aglomerações. O herpes labial também é comum devido ao contato físico frequente, como beijos e o compartilhamento de copos e garrafas.
O médico também alerta para os riscos de doenças gastrointestinais, como hepatites A e E, e intoxicações alimentares causadas por bactérias como Salmonella e E. coli, além das gastroenterites virais, frequentemente associadas ao consumo de alimentos contaminados. O uso de repelentes também é essencial para prevenir as arboviroses, como dengue, zika e chikungunya.
Em caso de sintomas graves, como febre persistente, dor intensa ou dificuldade para respirar, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente. Da mesma forma, ao identificar qualquer sintoma de uma IST, mesmo que de forma assintomática, é importante realizar exames. O cuidado com a saúde deve ser uma prioridade, para que a diversão do Carnaval não se transforme em problemas futuros.
Dicas para curtir a folia com segurança:
- Use preservativos em todas as relações sexuais;
- Evite o compartilhamento de copos e garrafas;
- Lave as mãos frequentemente e use álcool em gel;
- Evite beijar várias pessoas em sequência;
- Fique atento aos sintomas de doenças respiratórias e gastrointestinais.