Artistas e ambulantes criticam novo plano para o Eixão do Lazer

Em reunião pública, trabalhadores populares apontam que novas normas apresentadas pelo governo desconfiguram o tradicional espaço de lazer do DF

Redação
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Ambulantes e artistas se reuniram para discutir as mudanças no Plano de Uso e Ocupação do Eixão do Lazer, levantando preocupações sobre o impacto das novas normas no espaço tradicional de lazer do DFImagens: Divulgação
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Durante reunião pública sobre o Plano de Uso e Ocupação do Eixão do Lazer, convocada pelo Vice-Presidente da Câmara Legislativa, Deputado Ricardo Vale (PT/DF), na segunda-feira (10), ambulantes e artistas que trabalham no espaço revelaram uma série de problemas no novo plano de gestão. Segundo os trabalhadores, as mudanças desconfiguram o tradicional local de lazer e inviabilizam o trabalho de artistas e comerciantes que dependem das programações para garantir sua renda.

Basta ir ao Eixão do Lazer para constatar que o novo plano não tem correspondência com a realidade. Os trabalhadores temem que, se ele for executado, perderão as condições mínimas para exercer suas funções. O novo plano tem sérios problemas, como a proibição de barracas fixas, que é um grande problema para os ambulantes e para segurança dos usuários, além das dificuldades logísticas e da separação das atividades comerciais das apresentações culturais, afirmou Ricardo Vale na reunião.

Os participantes destacaram diversos problemas, como a separação entre os locais de apresentação musical e o comércio de produtos e serviços. Eles também criticam as dificuldades em cumprir as normas para a instalação das estruturas dos eventos musicais, barracas e food trucks. Outro problema logístico decorrente do plano é a descarga das mercadorias dos vendedores, que terá que ser feita em locais distantes.

Distância e falta de infraestrutura

Maria do Perpétuo Socorro Souza, uma das ambulantes presentes, destacou a gravidade da situação: “Se os eventos ficarem distantes, meu trabalho será diretamente afetado. Precisamos de mais espaço e mais clareza para continuar trabalhando e oferecendo nossos produtos à população.” Outro participante apontou a incoerência do poder público de estabelecer tantas restrições e não oferecer as contrapartidas mínimas, como a instalação de banheiros químicos. “É uma questão de humanidade. Precisamos de espaços adequados para vender nossos produtos”, argumentou.

Ricardo Vale se comprometeu a reunir todas as sugestões e preocupações apresentadas em um documento formal, que será encaminhado ao Governo do Distrito Federal (GDF), ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e à Casa Civil. O objetivo é garantir que o novo plano contemple as necessidades de todos os envolvidos, sem prejudicar o acesso e a liberdade dos moradores.

A atualização do Plano de Uso e Ocupação do Eixão do Lazer, publicada em janeiro, tem gerado apreensão entre os trabalhadores, especialmente pela distribuição de espaços para comércio e eventos. O próximo passo será encaminhar as propostas ao GDF, DER e à Casa Civil.

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