O aumento do consumo de hambúrguer entre crianças no DF: um alerta para a saúde

Dados de 2023 mostram crescimento no hábito entre os pequenos, refletindo mudanças no estilo de vida e o impacto dos alimentos ultraprocessados

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O aumento no consumo de hambúrguer entre crianças do Distrito Federal acende um alerta para a saúde públicaArte: Secretaria de Saúde
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O consumo de hambúrguer entre crianças de 2 a 4 anos no Distrito Federal registrou um aumento preocupante em 2023. De acordo com o Boletim Informativo de Vigilância Alimentar e Nutricional, elaborado pela Secretaria de Saúde do DF, 36% dos pequenos dessa faixa etária consumiram hambúrguer, um crescimento de 8 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Esse dado faz parte de uma análise mais ampla, que incluiu a alimentação de 35,5 mil pessoas e revelou hábitos que refletem não só a rotina alimentar, mas também mudanças no estilo de vida da população.

A popularização dos alimentos ultraprocessados, como o hambúrguer, tem gerado preocupação entre os especialistas em nutrição. Para a gerente da Gerência de Serviços de Nutrição (Gesnut), Carolina Gama, o problema está na substituição de alimentos frescos e naturais por opções cheias de aditivos químicos e gorduras saturadas.

Os ingredientes dos hambúrgueres são, na maioria dos casos, ultraprocessados e não fazem parte da cultura alimentar saudável, explica Gama.

Além das crianças, o aumento do consumo de alimentos como hambúrguer e embutidos também foi notado entre adolescentes e adultos. Entre os adolescentes, o percentual subiu de 39% para 50%, enquanto entre os adultos, a taxa passou de 28% para 35%. A pesquisa aponta que fatores como a conveniência do delivery e a falta de tempo para a preparação de refeições mais saudáveis são alguns dos principais motores dessa mudança nos hábitos alimentares.

Impactos dos consumos alimentares

Os impactos desse consumo são visíveis não só na alimentação, mas também na saúde. O boletim alerta para o aumento dos índices de sobrepeso e obesidade infantil, especialmente entre crianças de 5 a 10 anos, que apresentam uma taxa de 12,22% de excesso de peso. Esse quadro é alarmante, pois a obesidade infantil está diretamente associada ao desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta, como diabetes e hipertensão.

Curiosamente, a pesquisa também aponta uma leve redução no consumo de alimentos ultraprocessados entre bebês de 6 a 24 meses, com 32% dessa faixa etária sendo exposta a esses produtos. Apesar de ser uma diminuição, o dado ainda é preocupante, considerando que o início da alimentação saudável na primeira infância é crucial para o desenvolvimento de hábitos alimentares positivos ao longo da vida.

Diante desses números, a necessidade de intervenções e ações educativas que promovam uma alimentação balanceada desde a infância se torna ainda mais urgente. O boletim de 2023 reforça a importância de políticas públicas que incentivem a escolha de alimentos frescos e nutritivos, como forma de prevenir doenças e promover uma saúde duradoura.

Sandro Araújo/Agência Saúde

Importância do aleitamento materno

Por outro lado, o relatório também destaca um avanço positivo: o aumento do Aleitamento Materno Continuado (AMC) entre bebês de 6 a 24 meses, que alcançou 73,4% em 2023, superando os índices dos anos anteriores. O aleitamento materno continua sendo uma das principais estratégias de promoção de saúde, proporcionando proteção contra doenças e favorecendo o vínculo entre mãe e filho.

Em meio a esses dados contrastantes, o Boletim Informativo de Vigilância Alimentar e Nutricional traz um alerta importante: é preciso repensar os hábitos alimentares e buscar alternativas mais saudáveis desde a infância para combater a obesidade e melhorar a qualidade de vida da população.

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