A tosse é um dos sintomas mais comuns em crianças e adolescentes e está frequentemente associada às síndromes gripais e outras condições respiratórias. Apesar de causar preocupação, a tosse é, na maioria das vezes, um mecanismo de defesa do organismo. Ela ajuda a limpar as vias respiratórias de muco, partículas ou agentes irritantes. No entanto, sua persistência ou intensidade pode indicar algo mais sério.
Entre as causas mais comuns da tosse estão as infecções virais, como gripes e resfriados, alergias, asma e refluxo gastroesofágico. Em Brasília, onde o clima seco é predominante em grande parte do ano, a tosse pode ser agravada pela baixa umidade do ar, que irrita as vias aéreas. Além disso, a exposição a poluentes e fumaça de queimadas, comuns na região, é um fator agravante.
Tipos de tosse
A tosse pode ser classificada em vários tipos. A tosse seca geralmente está associada a alergias ou irritações iniciais de uma infecção viral. Já a tosse produtiva, acompanhada de muco, pode indicar infecções como bronquite ou pneumonia. Em crianças, uma tosse “latida” é característica da laringite, enquanto a tosse persistente pode ser um sinal de coqueluche, especialmente em bebês não vacinados.
Os sinais de alerta incluem tosse acompanhada de dificuldade para respirar, chiado no peito, cianose (coloração azulada nos lábios ou unhas), febre alta persistente ou tosse com sangue. Esses sintomas exigem avaliação médica imediata, pois podem indicar condições graves, como pneumonia ou broncoaspiração.
O tratamento da tosse depende da causa. Infecções virais, por exemplo, geralmente requerem apenas cuidados sintomáticos, como hidratação e lavagem nasal. Em casos de alergias, evitar os gatilhos e usar anti-histamínicos prescritos pode ser necessário. Tosse causada por asma ou bronquite exige manejo específico, incluindo broncodilatadores.
Muitos pais acreditam que xaropes “caseiros” ou medicamentos comprados sem prescrição resolvem a tosse, mas essa é uma abordagem equivocada. Estudos apontam que o uso indiscriminado de antitussígenos pode ser prejudicial, especialmente em crianças pequenas, causando efeitos colaterais como sonolência ou arritmias. O ideal é sempre consultar um pediatra antes de administrar qualquer medicação.
Na prevenção, além de evitar os gatilhos da tosse, é fundamental manter as crianças bem hidratadas e o ambiente limpo e arejado. Vacinas como a da gripe e da coqueluche são aliadas importantes na redução das infecções que causam tosse. Em Brasília, uma pesquisa da UnB apontou que asma e alergias respiratórias são altamente prevalentes, afetando cerca de 15% das crianças e adolescentes na região. Isso destaca a importância de um diagnóstico correto para diferenciar uma tosse alérgica de outras causas infecciosas.
Mitos como “a tosse é sempre ruim” ou “um xarope natural resolve tudo” ainda prevalecem. A verdade é que a tosse é um sintoma multifatorial e deve ser avaliada no contexto geral da criança. Ignorar ou tratar inadequadamente pode mascarar problemas subjacentes.
Por fim, reforça-se a necessidade de conscientizar os pais sobre a função protetora da tosse em muitos casos. Mais do que combater o sintoma, é essencial tratar a causa subjacente e buscar orientação profissional sempre que necessário.