Explosões em série chocam a Praça dos Três Poderes

Homem morre ao detonar explosivos em frente ao STF; outra explosão atinge estacionamento da Câmara dos Deputados

Giza Soares
Por Giza Soares 4 Min Leitura
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Imagens: reprodução
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Uma sequência de explosões abalou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite desta quarta-feira (13). Um homem, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu ao detonar explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pouco depois, outro carro foi detonado no estacionamento anexo à Câmara dos Deputados. A tragédia ocorreu após o término da sessão do STF que tratava sobre operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro.

Por volta das 19h30, Francisco aproximou-se da entrada do STF, ativando os explosivos ao lado da estátua da Justiça. A explosão foi ouvida de dentro do prédio, que foi rapidamente evacuado. A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, confirmou que Francisco era o dono do carro encontrado no local. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) reforçou a segurança nos Palácios do Planalto, Alvorada e Jaburu, residências oficiais do presidente e do vice-presidente.

Francisco Wanderley Luiz, integrante do Movimento Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), protesta contra a tentativa de desocupação do prédio ocupado por 80 famílias em busca de moradia digna

Minutos depois, às 19h45, um segundo estrondo ecoou nas proximidades da Câmara dos Deputados. Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver um carro explodindo no estacionamento do Anexo 4, lançando fagulhas e assustando quem ainda estava no prédio. Deputados relataram o pânico enquanto a sessão, que discutia uma PEC sobre imunidade tributária das igrejas, seguia seu curso. A sessão foi suspensa às 21h14, após a confirmação da morte.

Reação imediata

As autoridades decidiram isolar toda a Praça dos Três Poderes, com o esquadrão antibombas da Polícia Federal realizando uma ampla varredura na região para prevenir novos incidentes. A Polícia Federal também anunciou a abertura de um inquérito para investigar os ataques. “Foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas, do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional no DF, peritos e o Grupo Antibombas”, afirmou a corporação em nota.

STF evacuado

No STF, os ministros foram retirados em segurança, assim como servidores e colaboradores. Em nota, a instituição destacou que aguardará o desenrolar das investigações para divulgar mais informações. A sessão desta quarta-feira tratava de um tema sensível e contava com presença de representantes da sociedade civil, o que contribuiu para a alta movimentação no prédio no momento das explosões.

O governador Ibaneis Rocha, que estava em viagem oficial na Itália, minimizou as críticas à segurança e afirmou que “maluco tem em todo lugar”. Enquanto isso, Celina Leão destacou que a situação ainda está sendo avaliada e que uma resposta oficial será dada após a conclusão da varredura.

Temor reacendido

Os ataques trouxeram à tona o temor de novos episódios de violência na capital federal, como os registrados em 8 janeiro de 2023. A cena de explosões no coração político do país volta a levantar questões sobre a segurança nos principais prédios da República e a fragilidade diante de ataques inesperados.

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