A Secretaria de Educação do Distrito Federal, preocupada com o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes, cria o Programa de Educação Socioemocional para a comunidade escolar da rede pública de ensino. A proposta visa construir uma rede de apoio aos discentes do ensino fundamental, de forma a desenvolver empatia, resiliência e autocontrole ao lidar com as competências interpessoais. O edital de licitação para aquisição do material didático pedagógico impresso e digital voltado para os alunos, professores e famílias já foi lançado, e a previsão para implantação do programa nas escolas é para o ano de 2025.
A elaboração do programa começou desde a identificação de casos de violência, automutilação e isolamento social dos próprios estudantes, principalmente no período pós-pandêmico. Dado isso, foi necessário criar uma proposta que abrangesse não só os alunos dentro de sala de aula, mas que também envolvesse as respectivas famílias na busca por um caminho mais aberto ao diálogo para lidar com os sentimentos, interações sociais e desafios do dia a dia dos adolescentes. Visto que estudantes em sofrimento ou com dificuldade de lidarem com as próprias emoções são potenciais alunos a abandonarem a escola.
O público-alvo são os estudantes do ensino fundamental, do 1º ao 9º ano. Nos anos iniciais, do 1º ao 5º ano, será orientado aos professores destinarem 60 minutos por semana para trabalhar conceitos relacionados a habilidades socioemocionais, já aos alunos dos anos finais, 6º ao 9º ano, a orientação é que seja trabalhado na parte diversificada do currículo, compondo a matriz curricular com a carga horária que é destinada à essa parte.
Além disso, o Programa funcionará em sua integralidade, prevendo encontros frequentes com os pais, disponibilização de material didático para essas famílias e acompanhamento próximo delas em cada escola. Segundo a subsecretária de Educação Básica, Iêdes Braga, é de extrema importância envolver toda a comunidade escolar.
“Há um interesse geral de que esse programa se torne um sucesso, pois o que acontece na escola, reverbera em toda a sociedade, então sem o auxílio das famílias dificilmente haverá sucesso”. A subsecretária ainda complementa. “Nós temos orientadores educacionais, equipe gestora, profissionais das equipes especializadas de apoio à aprendizagem, além dos professores, que são essenciais nesse percurso”.
É importante salientar que cada unidade escolar terá a opção de aderir ou não ao programa, porém quando é feita essa adesão há mais chance de sucesso. Portanto, até o final deste ano, as escolas serão consultadas quanto ao interesse, para a partir daí, a secretaria criar uma série de ações, atividades e encontros voltados à unidade escolar fornecendo uma condição ideal para o avanço do programa.
A subsecretária reforça a importância do feedback das famílias. “ O que a gente orienta é que as famílias cada vez mais participem dos momentos dentro da unidade escolar, que esteja presente, questione, manifeste interesse. Esse é um indicador importante, pois muitas vezes, as famílias não possuem o arcabouço teórico para lidar com as emoções dos seus filhos adolescentes que estão tão abalados. Então procurem a unidade escolar, manifestem interesse, nos deem os feedbacks necessários para que possamos cada vez mais otimizar o programa de tamanha importância. O objetivo é que traga resultados positivos e em curto prazo”.