Setembro Amarelo: o desafio de cuidar da saúde mental na infância

O excesso de tempo das nossas crianças em frente às telas (celulares, games e vídeos) tem contribuído para o aumento da ansiedade, irritabilidade e agressividade

Dr. Tiago Oyama
Por Dr. Tiago Oyama  - Pediatra 4 Min Leitura
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Imagem: Freepik
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Entramos em setembro, e neste mês inicia-se a campanha de conscientização chamada Setembro Amarelo, que coloca em pauta a promoção da saúde mental. No caso das crianças, essa questão é fundamental, uma vez que a saúde mental na infância é o alicerce para o desenvolvimento psicoemocional saudável do indivíduo. No consultório, percebo claramente que o ambiente em que a criança cresce, as relações que estabelece e as experiências que vivencia têm um impacto profundo na saúde mental e na formação de sua identidade. Por isso, é essencial que nós, pais, estejamos sempre atentos e preparados para apoiar as crianças nessa jornada desafiadora.

Como promover a saúde mental das crianças

Uma forma eficaz de promover a saúde mental das crianças é criar um ambiente familiar agradável, que proporcione uma sensação de segurança, tranquilidade e acolhimento, independente das circunstâncias a serem enfrentadas (desde as boas como passeios e brincadeiras; até as necessárias, como coletas de sangue ou vacinas). Para tanto, o primeiro passo é ter um ambiente familiar estável, pacífico e amável, onde há harmonia e respeito entre o casal/convivas, uma vez que ambientes conflituosos trazem medo e insegurança para os pequenos em formação. O segundo passo é ouvir nossos filhos sem julgamentos, tentando entender seus sentimentos e motivações, criando assim um espaço seguro, onde, sentindo-se à vontade, podem expressar suas emoções, medos, dúvidas e pensamentos. Essa presença ativa na vida da criança, com interesse e diálogo em relação às suas atividades diárias, contribui para o fortalecimento do vínculo afetivo com os pais, essencial para o desenvolvimento emocional.

Outra estratégia importante é ensinar as crianças a reconhecer e lidar com suas emoções, identificando o que estão sentindo para poder expressar de maneira saudável, tanto as alegrias, como as frustrações. Além disso, incentivar que as crianças tenham uma rotina saudável também é fundamental. Independente da idade, a prática regular de atividades físicas, combinada com uma alimentação equilibrada e um bom padrão de sono, contribui significativamente para o bem-estar emocional.

Um alerta importante!

O excesso de tempo das nossas crianças em frente às telas (celulares, games e vídeos) tem contribuído para o aumento da ansiedade, irritabilidade e agressividade nos pacientes que temos atendido.

Além de todos esses cuidados, é crucial que saibamos identificar os sinais de alerta que indicam a necessidade de atenção profissional. Mudanças comportamentais significativas, como retraimento, alteração no apetite, perda de interesse nas atividades diárias, dificuldades na escola ou insônia, podem ser indicativos de problemas emocionais. Se esses sinais persistirem por mais de duas semanas ou se a criança expressar pensamentos autodestrutivos / atitudes de autolesão, é essencial buscar ajuda profissional. O apoio de uma equipe médica, psiquiatra e pediatra, é fundamental para abordar adequadamente essas questões e garantir que a criança receba o cuidado necessário.

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Posted by Dr. Tiago Oyama Pediatra
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Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (Campus Ribeirão Preto); Residência Médica em pediatria no Hospital das Clínicas da USP - Ribeirão Preto; Residência Médica em Terapia Intensiva Pediátrica; Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria; Especialista em Terapia Intensiva Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
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