As pessoas são naturalmente contadoras de histórias. As narrativas estão presentes em toda a história da humanidade, seja por meio de desenhos, como naqueles deixados nas paredes das cavernas ou nas partilhas orais possibilitadas pela passagem das tradições de pais para filhos, nos grupos sociais desde os mais rústicos. Inicialmente, com a intenção de transmitir saberes que possibilitavam a sobrevivência para depois explicar o mundo por meio de histórias, lendas e contos dos feitos dos ancestrais.
Tradição para o desenvolvimento das artes
Independente das razões, o ato de contar histórias configura-se como uma tradição fundamental para o desenvolvimento das artes (em especial a literatura) e para a educação. Outro fator crucial a ser considerado é que a contação de histórias sempre foi tida como uma atividade lúdica e prazerosa. As pessoas gostam de contar e de ouvir histórias, pois assim interagem umas com as outras, ampliando as possibilidades de aprofundar laços sociais e intergeracionais.
Para além do entretenimento, as narrativas contadas propiciam a explicação das tradições, nos mais diversos momentos da história e permitem o conhecimento de culturas diferentes, ampliando o repertório cultural e vocabular, especialmente das crianças. As histórias contadas contribuem ainda para o desenvolvimento da imaginação, da oralidade, da escrita, da observação, do senso crítico, da capacidade de concentração e de escuta ativa.
Consolidação de laços afetivos
A leitura de histórias para as crianças ganha ainda resultados mais positivos quando as narrativas são dialogadas, o que implica fazer perguntas, fazer pausas para discutir os temas abordados, satisfazer a curiosidade das crianças em momentos específicos. Isso garante que a criança participe ativamente do momento de leitura, divertindo-se e aprendendo muito mesmo sem sentir. Um dos maiores ganhos dessa prática, para além dos aspectos relacionados à comunicação e à leitura, é a consolidação de laços afetivos entre adultos e crianças, sejam pais ou professores.
É, portanto, um excelente recurso para estimular a criatividade, desenvolver o gosto pela leitura e o amor aos livros, instigar a vivência de diversas emoções e a resolução de conflitos psicológicos e emocionais que ainda não sabem explicar. Servem, por fim, como instrumento rico na comunicação de valores que são contextualizados nas narrativas, que se tornam mais fáceis de serem explicados de maneira lúdica.