Simulacro configura-se como a imitação hiper-real em que se simula a realidade. Trata-se, assim, de substituir o mundo empírico por realidades fantásticas, cuja simulação propicia a retirada da relevância do mundo real. Esse termo foi cunhado por Jean Baudrillard, sendo entendido como realidade além da realidade, em que se transforma percepções do cotidiano em verdades vividas, mesmo que não diretamente. A hiper-realidade impede a consciência da realidade como ela é, ou seja, é a incapacidade de distinguir o real da representação do real.
Na atualidade, a questão ambiental toma proporções enormes, especialmente em função das crises climáticas desencadeadas nos mais diferentes espaços no mundo com seus impactos na vida das pessoas como indivíduos e na coletividade como um todo. Um exemplo claro é o que vivenciamos hoje no Rio Grande do Sul. Quando se fala da necessidade de se pensar em desenvolvimento sustentável, falamos da adoção de uma economia viável, ecologicamente correta e socialmente justa.
Realidade maquiada
A redução de impactos negativos no meio ambiente é, nesse sentido, apresentada midiaticamente em um discurso enviesado pela espetacularização e o superdimensionamento de projetos que muitas vezes maquiam a realidade, atuando como simulacros, tendo em vista que se confunde o discurso politicamente correto e o que acontece de fato na realidade. O que vê, dessa forma, é um discurso que atua de forma a simular responsabilidades e dissimular práticas predatórias, revestidas de uma pseudo consciência ecológica.
Propósitos da educação
Ao educarmos nossas crianças, jovens e adultos, há que se superar o mero discurso do desenvolvimento sustentável de maneira a empreender uma ação efetiva em busca da sustentabilidade em que sejam consideradas as múltiplas dimensões presentes em uma visão holística; a redução efetiva de impacto ambiental, seja por meio da responsabilidade individual ou organizacional, da concepção dos projetos corretivos e do consumo responsável. Para além disso, devemos educar as próximas gerações para o que se entende como economia circular em que se leve a cabo as práticas de reusabilidade, responsividade e reciclagem, observando o ciclo de vida dos produtos e o cuidado com as pessoas numa perspectiva de vida humana digna.
Portanto, é preciso considerar os propósitos da educação os quais devem estar alinhados às principais tendências contemporâneas, em especial, as que dizem respeito à evolução das tecnologias e o atendimento às expectativas sociais de cuidado consigo e com o planeta.