Atividades extracurriculares e a evolução infantil

A infância requer também espaços de liberdade

Sandra Mara Bessa
Por Sandra Mara Bessa  - Professora 3 Min Leitura
3 Min Leitura
Imagem: Adobe Stock
Ouça o post

A Educação Infantil é um período muito fértil de desenvolvimento e aprendizagem. É quando temos a oportunidade de aprender em nosso potencial máximo. Segundo os estudos da Neurociência, isso se dá em função da plasticidade cerebral nesse período da formação humana. Daí a importância de se estimular as crianças desde cedo, por meio do lúdico, com intencionalidade, ou seja, esse processo de brincar deve ser pensado, sistematizado e planejado em sequências que façam sentido e que se intercomplementem. Quando dizemos, portanto, que é preciso brincar, não estamos falando de qualquer brincadeira, nem de deixar as crianças soltas, sem orientação.

Importância das atividades extracurriculares

Nesse sentido, é que as atividades extracurriculares, que podem acontecer dentro de espaços escolares ou não escolares, tomam importância crucial no desenvolvimento infantil. Tais atividades engendram oportunidades para o crescimento pessoal, o desenvolvimento de habilidades cognitivas, a ampliação de repertórios sociais e vivências subjetivas, além de criar as condições de aprendizagens específicas relacionadas diretamente à formação específica que é proporcionada, como é o caso da robótica, por exemplo. As atividades extracurriculares propiciam que as crianças descubram talentos, gostos, tendências, interesses os mais diversos, propiciando autoconhecimento e oportunidades para que a família invista nessas habilidades que já se mostram desde muito cedo.

Esse contexto criativo e lúdico tem sido muito valorizado na própria escola que percebeu seu enorme valor na formação das crianças e no próprio desempenho escolar.

Espaços Makers de desenvolvimento

As possibilidades são inúmeras e o investimento na infraestrutura apropriada para atendimento a estas atividades já é uma tendência. São os chamados espaços maker, como os laboratórios de mecânica, robótica, marcenaria ou mesmo salas especiais para dança, teatro, judô, circo ou ginástica artística. Para além do desenvolvimento cognitivo, essas atividades proporcionam a interação com o outro e o desenvolvimento de competências socioemocionais como comunicação adequada, empatia, colaboratividade e respeito à diversidade.

Não obstante os benefícios observados no exercício de atividades extracurriculares, é fundamental compreender que a infância requer também espaços de liberdade. Dessa forma, é preciso encontrar um equilíbrio para que as crianças não se sintam sobrecarregadas com inúmeras atividades. Também é comum que as crianças queiram trocar de atividades, desinteressando-se por umas em favor de outras, em um processo de experimentação e de descobertas que deve ser respeitado.

A manutenção desse interesse pelas atividades tem relação direta com o equilíbrio na oferta das atividades. Excesso de compromissos geram estresse e ansiedade nas crianças, o que por si só já é prejudicial para seu crescimento emocional, comportamental e cognitivo. Assim, o melhor caminho é sempre estar atento à receptividade das crianças e na manutenção de sua saúde e felicidade. Como diz Drummond, é preciso deixar que a felicidade venha, com toda simplicidade, de dentro de nós.

Compartilhe esse Artigo
Posted by Sandra Mara Bessa Professora
seguir
Gestora de projetos e especialista em Educação
Deixe sua opnião
Verified by MonsterInsights