Inflação em maio cai no DF, mas alimentos e saúde disparam

Índice de 0,46% marca maio, com inflação acumulada no ano de 2,27%, abaixo do registrado em 2023

Paulo Cesar Sampaio
Por Paulo Cesar Sampaio 5 Min Leitura
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O aumento é atribuído principalmente aos reajustes nos preços dos planos de saúde (0,77%) e produtos de higiene pessoal (1,04%)Imagem: Reprodução
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O Distrito Federal, junto com o restante do país, registrou uma inflação de 0,46% em maio, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (11). Este índice representa uma aceleração em comparação com abril, que teve uma inflação de 0,38%. Nos primeiros cinco meses de 2024, a inflação acumulada foi de 2,27%, uma queda em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi de 2,95%.

No intervalo de 12 meses, de maio de 2023 a maio de 2024, o acumulado é de 3,93%, praticamente estável em comparação aos 3,94% registrados no ano anterior.

Lideres de alta de preços

Entre os nove grupos investigados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o destaque de maio foi o grupo de saúde e cuidados pessoais, com uma variação de 0,69%. Esse aumento deve-se principalmente aos reajustes nos preços dos planos de saúde (0,77%) e produtos de higiene pessoal (1,04%), com destaque para perfumes (2,59%) e produtos para a pele (2,26%). O gerente da pesquisa, André Almeida, relaciona essa alta ao Dia das Mães, que impulsionou a demanda por itens de beleza e cuidados pessoais.

Alimentação e bebidas pressionam o índice

Os alimentos e bebidas também pressionaram o índice, com um aumento de 0,62% em comparação a abril. A alta dos tubérculos, raízes e legumes, especialmente a batata-inglesa (20,61%), teve um impacto significativo. Almeida explica que a redução da oferta devido ao final da safra das águas e início lento da safra das secas, somada às chuvas intensas no Rio Grande do Sul, contribuiu para esse cenário.

Outros alimentos com aumentos notáveis foram a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%). A entressafra do leite e a redução das importações foram fatores determinantes para a alta no preço, enquanto os preços internacionais das duas espécies de café influenciaram o mercado nacional.

Desaceleração na alimentação domiciliar

Apesar dessas elevações, houve uma desaceleração na alimentação domiciliar, que subiu 0,66% em maio, frente a 0,81% em abril, graças à queda nos preços das frutas (-2,73%). A maior oferta de banana d’água reduziu os preços da banana prata, ajudando a conter o aumento geral.

Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,50%, mais que os 0,39% registrados em abril, influenciada pelo aumento nos preços dos lanches (0,78%).

Habitação e transportes também subiram

O grupo habitação apresentou uma alta de 0,67%, puxada pelo aumento de 0,94% na energia elétrica residencial, decorrente de reajustes tarifários em várias capitais. A taxa de água e esgoto (1,62%) e o gás encanado (0,30%) também contribuíram.

No setor de transportes, a passagem aérea subiu 5,91%, a primeira alta do ano, após uma deflação de 12,09% em abril. Os combustíveis registraram aumento de 0,45%, com o etanol subindo 0,53%, o óleo diesel 0,51% e a gasolina 0,45%. O preço do metrô (1,21%) e do táxi (0,55%) também aumentaram.

Porto Alegre registra maior variação

Porto Alegre foi a região com maior variação do IPCA em maio, atingindo 0,87%, devido à calamidade ambiental no Rio Grande do Sul. A cidade viu aumentos expressivos na batata-inglesa (23,94%), gás de botijão (7,39%) e gasolina (1,80%). Em contraste, Goiânia apresentou deflação de -0,06%, com quedas significativas nos preços da gasolina (-3,61%) e etanol (-6,57%).

INPC acompanha alta do IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou alta de 0,46% em maio, impulsionado principalmente pelos produtos alimentícios (0,64%). O índice acumula uma alta de 2,42% no ano e 3,34% nos últimos 12 meses, com Porto Alegre novamente destacando-se com a maior variação (0,95%).

Para calcular o IPCA/INPC, os preços foram coletados entre 1º e 29 de maio de 2024, e comparados com os vigentes entre 29 de março e 30 de abril de 2024. Devido à calamidade no Rio Grande do Sul, a coleta de preços foi intensificada remotamente.

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