Educação Climática: a saída para enfrentar a crise ambiental

Urge a promoção de uma educação pautada na relação entre ciência, ética e dados da realidade

Sandra Mara Bessa
Por Sandra Mara Bessa  - Professora 4 Min Leitura
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Imagem: Agência Brasil
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A dimensão da tragédia vivenciada no Rio Grande do Sul com todas as suas mazelas, que vão desde a perda de vidas humanas, a destruição completa de bairros e cidades, a perda de vida de animais e biomas, além da destruição dos bens de famílias inteiras que se encontram desalojadas e sem perspectivas futuras, têm gerado inúmeras discussões sobre os fatores que causaram tamanha catástrofe. Ao contrário do que se diz, não se trata de caça às bruxas ou mera busca de culpabilização, mas de uma mobilização mundial para compreender o que está havendo e como podemos evitar tais desastres.

No caminho contrário a essa preocupação, no entanto, vemos outro movimento, menos nobre tanto nas intenções que lhe subjazem como no caráter científico das teses que o sustentam. O negacionismo, no que tange aos desastres ambientais que enfrentamos nos últimos anos e, em especial, no caso do Rio Grande do Sul, traz enormes preocupações tendo em vista que não se projeta a mitigação de ações contraproducentes à preservação e à conservação ambiental. Os negacionistas desenvolvem mecanismos para desacreditar os cientistas, as políticas e as soluções para a crise climática, criando, por exemplo, fake news.

Comportamentos que agravam as tragédias naturais

Como se pode observar, temos dois comportamentos que impactam diretamente no agravamento das tragédias naturais que ora vivenciamos no Brasil e no mundo. O primeiro diz respeito ao modo de vida adotado pelas sociedades que desconsideram ordenamentos territoriais, preservação e conservação de ambientes naturais, consumo consciente, dentre tantos outros. O segundo diz respeito à educação, em que se preservam valores éticos como não disseminação de fake news e creditação ao saber científico. Assim, urge a promoção de uma educação pautada na relação entre ciência, ética e dados da realidade.

Educação ambiental

Nesse sentido, como já o afirmei em outra coluna, pais e professores desempenham um papel crucial nesse processo educativo, investindo na formação de crianças e jovens para que promovam uma compreensão da profundidade das interconexões entre a qualidade de vida humana e o meio ambiente. É preciso incentivar práticas sustentáveis e responsáveis. A base dessa educação deve incorporar a compreensão de que fazemos parte de um sistema interdependente, em que nossas ações têm impactos, positivos ou negativos, diretos ou indiretos no meio ambiente.

Não se pode mais negligenciar essa pauta tão importante no desenvolvimento de competências de crianças e jovens, incluindo aí um olhar crítico sobre o que se dissemina em redes sociais ou na internet, de maneira a não permitir que o negacionismo paute nossas ações e soframos suas consequências nefastas. A única saída está em promover uma educação climática, reconhecendo as causas e os efeitos das alterações no clima, em que os cidadãos partilhem as responsabilidades por agir coletiva e conscientemente em favor de uma transformação social que garanta a dignidade e a segurança da vida na Terra.

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Posted by Sandra Mara Bessa Professora
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Gestora de projetos e especialista em Educação
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