Um recente levantamento conduzido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou uma realidade alarmante: as mulheres brasileiras estão enfrentando uma crise de endividamento, com quase 80% delas comprometendo parte significativa de suas rendas para quitar dívidas, marcando um recorde preocupante para o início do ano.
De acordo com os dados, em janeiro de 2024, aproximadamente 79% das mulheres no país estavam endividadas, com cerca de 30,5% de seus orçamentos mensais destinados ao pagamento de empréstimos e financiamentos diversos. Este é o terceiro ano consecutivo em que o endividamento feminino registra um aumento, evidenciando uma tendência preocupante.
Especialistas apontam para diversos fatores que contribuem para essa situação. “Além do impacto das despesas iniciais do ano, como gastos com educação e impostos, o aumento das responsabilidades financeiras das mulheres dentro dos lares também desempenha um papel significativo”, explica Mônica Silva, economista e pesquisadora do Instituto de Estudos Econômicos. “Muitas mulheres se encontram na posição de principais provedoras familiares, enfrentando pressões financeiras adicionais para sustentar suas famílias.”
Amanda Rodrigues, 35 anos, mãe solteira de dois filhos, compartilha sua experiência: “Como mãe solteira, sou responsável por todas as despesas da casa. Com o aumento dos preços dos alimentos e das contas básicas, às vezes é difícil equilibrar tudo.” revela Amanda ao Jornal Capital Federal.
Além das despesas domésticas, o fácil acesso ao crédito também tem sido apontado como um fator-chave no aumento do endividamento feminino. “Embora o crédito seja uma ferramenta importante para enfrentar emergências financeiras, seu uso excessivo pode levar a uma espiral de dívidas”, adverte Pedro Oliveira, consultor financeiro. “É fundamental que as mulheres busquem orientação financeira para tomar decisões mais conscientes sobre suas finanças pessoais”.