A mulher no século XXI assume em definitivo seu papel na sociedade, tornando-se parceira, empreendedora, chefe de família e, seja acumulando funções ou mesmo de forma solitária, acaba por participar efetivamente da coordenação de seu núcleo familiar. Dessa forma, precisa se preparar para enfrentar os desafios decorrentes dessa responsabilidade.
Nesse sentido, há que se compreender a necessidade de estar preparada para o exercício da economia doméstica e para o exercício laboral, dominando finanças básicas, organizando sua renda e suas despesas, sendo também inserida no universo dos direitos do trabalho. No entanto, é impossível à mulher adoecida psiquicamente em função das tantas violências que vivência cotidianamente exercer plenamente estes e outros tantos direitos.
Eixos do II Plano Distrital de Políticas para as Mulheres
Em resposta à violência e à necessidade de apoio à mulher, o II Plano Distrital de Políticas para as Mulheres (GDF, 2021), propõe ações que estão distribuídas em nove eixos: igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica; educação para igualdade; saúde integral das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos; enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres; participação das mulheres nos espaços de poder e decisão; igualdade para as mulheres rurais; cultura, esporte, comunicação e mídia; enfrentamento do racismo, sexismo, lesbofobia e transfobia; e igualdade para mulheres jovens, idosas e com deficiência.
A importância da escrita terapêutica na educação de mulheres
Como se pode verificar, há um reconhecimento, inclusive pelo Estado, de que nem só de obrigações essa mulher vive. A educação desse grupo social ganha importância ainda maior na medida em que são elas que efetivamente atuam na formação dos filhos e filhas sob sua tutela. Não se pode refutar, portanto, o papel de multiplicadoras de uma visão de mundo que pode tanto reproduzir as presentes relações sociais e seus problemas, como também pode ser o caminho para transformar o quadro atual por meio da reverberação desse novo olhar.
Essa educação pode se dar por meio de projetos comunitários, de um processo de escuta ativa e escrita terapêutica. Tais ações se concretizam pela realização de rodas de conversas e produção literária, criando espaços de produção e ressignificação de sentido – saberes – sobre suas experiências. O estabelecimento de um diálogo aberto e equânime, que estimule a criatividade, o fortalecimento dos relacionamentos interpessoais, a expressão de emoções, inseguranças, dúvidas, angústias e sofrimentos possibilita a compreensão da própria existência e o desenvolvimento de novas aprendizagens.
Tão importante quanto esse ciclo de autoconhecimento, estas mulheres podem ser estimuladas a produzirem textos sobre suas dores e o processo de reflexão e cura pelo qual estão passando. É o que aqui chamamos de escrita terapêutica que consiste em escrever livremente sobre seus pensamentos, sentimentos e vivências. Tal prática acontece de forma livre e criativa, contribuindo para a cura das diversas dores guardadas e a resolução de conflitos e problemas. Todo esse processo possibilita a essas mulheres assumirem o protagonismo de suas vidas, tornando-se contadoras de suas próprias histórias.