Projeto de vida e lifelong learning

Trabalhar vai além de estar empregado, tendo em vista que nosso trabalho impacta o mundo quando criamos, idealizamos, inovamos…

Sandra Mara Bessa
Por Sandra Mara Bessa  - Professora 4 Min Leitura
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Base Nacional Comum Curricular do Ministério da Educação traz a indicação para que o jovem seja levado a pensar em um projeto de vidaImagem: Adobe Stock
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Os jovens brasileiros, para além da ansiedade pela escolha profissional que sempre esteve presente ao final do ensino médio, têm vivenciado o impasse de continuar estudando ou partir para o mundo do trabalho com a formação mínima exigida. A verdade é que, apesar da ampliação de vagas nas instituições de educação superior, o impacto dessa formação tem deixado a desejar no que diz respeito ao retorno dado na inserção no mercado ou mesmo no aumento dos ganhos salariais.

Tal situação decorre muitas vezes do processo de desvalia do trabalho em que se exige de profissionais em início de carreira uma formação completamente incompatível com o que se oferece como pagamento. E as formações de qualidade, por outro lado, não estão nada acessíveis. Há uma oferta enorme de cursos baratos, superficiais e muitas vezes inúteis para a formação de profissionais reflexivos, autônomos e críticos, com uma visão de mundo ampla, capazes de aprender a aprender nesse vendaval de mudanças tão rápidas.

O conceito de lifelong learning (formação continuada para toda a vida) deve ser internalizado desde muito cedo

No entanto, sabemos que essa projeção para o mundo do trabalho não pode estar dissociada de uma boa educação. O conceito de lifelong learning (formação continuada para toda a vida) deve ser internalizado desde muito cedo. A evolução das tecnologias e as mudanças sociais, econômicas, históricas e políticas por que passamos só corroboram a necessidade de atualização constante. Há que se pensar, ainda, que trabalhar vai além de estar empregado, tendo em vista que nosso trabalho impacta o mundo quando criamos, idealizamos, inovamos…

Assim, quando a BNCC – Base Nacional Comum Curricular do Ministério da Educação traz a indicação para que o jovem seja levado a pensar em um projeto de vida, trata-se de conduzi-lo na idealização da própria vida, sendo capaz de assumir sua responsabilidade social no cuidado com a coletividade, por meio do autoconhecimento, do conhecimento do outro e do mundo que o rodeia. O projeto de vida permite, dessa forma, planejar o futuro, refletindo sobre ele. Nesse sentido, passa a ser papel da família e da escola prover uma educação que influencie esse jovem para agir eticamente nos mais diferentes contextos.

Em outras palavras, é por meio do projeto de vida que se apresenta ao jovem diferentes possibilidades de atuação em seu contexto de vida, levando-o a perceber que tem direito ao sonho, ao desejo de realizar algo por si e pelo mundo em que está inserido. Muitos são os que sobrevivem às dificuldades porque têm o sonho de superá-las. É como diria Mario Quintana, ao falar das utopias “Se as coisas são inatingíveis… ora!/ Não é motivo para não querê-las…/ Que tristes os caminhos, se não fora/ A presença distante das estrelas!”. A palavra de ordem, portanto, é esperançar!

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Posted by Sandra Mara Bessa Professora
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Gestora de projetos e especialista em Educação
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