Nesta entrevista exclusiva concedida ao Jornal Capital Federal, o deputado distrital Wellington Luiz (MDB-DF), atual presidente da Câmara Legislativa do DF, apresenta sua visão política e estratégias para enfrentar importantes desafios que permeiam o Distrito Federal. Do combate ao feminicídio à questão fundiária, passando por avaliações contundentes sobre a gestão atual e as metas partidárias, o deputado compartilha seu compromisso e aspirações para o futuro do Distrito Federal. Acompanhe as reflexões e propostas do líder político.
Jornal Capital Federal: Deputado, qual é a principal prioridade do seu mandato?
Dep. Wellington Luiz: Uma das minhas principais prioridades é combater o feminicídio com todas as forças. É inaceitável que esses atos covardes continuem acontecendo contra as mulheres. Além disso, também estou empenhado em lidar com a questão fundiária. Durante o meu período como presidente da Codab, consegui regularizar diversas regiões, e em colaboração com o governador Ibaneis Rocha (MDB), conseguimos efetuar a entrega de várias moradias populares.
JCF: No entanto, não seria a saúde uma prioridade igualmente importante?
Dep. Wellington Luiz: A saúde é, sem dúvida, uma área que sempre receberá atenção especial. No entanto, é uma questão que vem enfrentando desafios ao longo de décadas. Além disso, Brasília historicamente lida com pacientes de outros estados, o que acaba sobrecarregando o sistema de saúde público do Distrito Federal. No início do meu mandato, uma iniciativa conjunta de todos os 24 Deputados destinou 24 milhões de reais em emendas parlamentares, exclusivas para a saúde, demonstrando que essa é uma preocupação compartilhada por todos no Legislativo.
JCF: Deputado, e quanto à questão do Fundo Constitucional, que, com a aprovação do Arcabouço Fiscal, poderia resultar em uma perda de 85 bilhões de reais em receitas para o DF. Isso já foi resolvido no Congresso?
Dep. Wellington Luiz: A possibilidade de uma perda tão significativa de recursos seria insustentável para a capital. No entanto, graças aos esforços do governador Ibaneis e, em particular, à articulação da vice-governadora Celina Leão, juntamente com a união de diversas forças políticas do DF, desde o MDB e PL até o PT, conseguimos preservar a integralidade do Fundo Constitucional para Brasília.
JCF: Recentemente, o senhor foi eleito presidente do MDB. Quais são os seus desafios como líder partidário até 2026?
Dep. Wellington Luiz: Aceitei essa responsabilidade a pedido do governador Ibaneis e da direção nacional do partido. Minha missão, além de trabalhar para eleger o governador Ibaneis ao Senado, é tentar viabilizar a eleição de 2 Deputados Federais e 6 Distritais. Vale lembrar que em tempos passados, durante o governo de Roriz, o MDB chegou a ter sete Distritais.
JCF: Presidente, em relação à atuação do governo Ibaneis, como o avalia e quais áreas merecem destaque positivo e negativo?
Dep. Wellington Luiz: Eu daria uma nota 9 para o governo Ibaneis. Ele tem se destacado de maneira impressionante na área de infraestrutura, obras e mobilidade. Sua atuação lembra os tempos do ex-governador Roriz. No entanto, a questão da saúde continua sendo um problema crônico que precisa de melhorias. Infelizmente, essa área sempre será um desafio.
JCF: E quanto à prorrogação da CPI por mais 90 dias, qual é a sua perspectiva?
Dep. Wellington Luiz: Sem dúvida, a prorrogação da CPI é necessária. Ela está proporcionando respostas à sociedade. Além disso, a CPI nacional tem utilizado muitas informações coletadas aqui, e é importante ressaltar que esta foi a primeira vez em que todos os 24 deputados assinaram uma CPI. Aqueles que tiverem ‘culpa’ serão responsabilizados.
JCF: Sobre às eleições de 2026, já há conversas nos bastidores. O que o senhor pode compartilhar sobre isso?
Dep. Wellington Luiz: No momento, nossa candidata natural para o governo é Celina Leão, e o governador Ibaneis deve concorrer ao Senado. As vagas para vice e a segunda vaga para o Senado estão em aberto, assim como as suplências. Estamos em negociações com vários partidos, incluindo Republicanos, PL e União Brasil, para mantermos a união e buscarmos uma vitória no primeiro turno, elegendo nossos 2 Senadores. Quanto a mim, estou aberto à reeleição, mas essa decisão será tomada em conjunto pelo grupo.