E mais uma vez, a mesma história. Infelizmente algumas mães têm passado pela mesma situação. “Ao notar algumas diferenças como altura dos ombros, uma escápula mais saliente, costelas e a cintura mais curvada de um dos lados no corpo da minha filha (o), levei ao médico. E o mesmo falou “ainda é muito pequena, VAMOS ESPERAR ELA CRESCER UM POUCO MAIS PARA VER”. Essa é a pior escolha ao se tratar do diagnóstico da escoliose.
Assim que se nota as alterações no corpo da criança ou adolescente e o diagnóstico é confirmado, é de suma importância o início do tratamento!
A confirmação é feita na avaliação com a medição dos ângulos da coluna no exame de Raio-x Panorâmico da Coluna Vertebral, (ângulo de Cobb). Caso exista a desconfiança que a criança ou adolescente tenha uma perna maior que a outra, também pode ser solicitado uma escanometria de membros inferiores, este traz a informação precisa do tamanho de cada perna.
E o porquê fazer exame de imagem das pernas, se o problema apresentado é na coluna? Em alguns casos, quando existe diferença no tamanho das pernas, e, este é corrigido com o uso de uma simples palmilha, as alterações na coluna já desaparecem ou melhoram consideravelmente! (claro que esta é confeccionada de acordo com a necessidade para cada paciente).
Às vezes pode acontecer que, entre o tempo da prescrição de uma órtese/colete 3D e até que este esteja pronto e o uso efetivo, a quantidade de alterações na coluna possa aumentar.
Quanto maior o período entre o diagnóstico da escoliose e a conclusão do crescimento da coluna, MAIOR O RISCO de desenvolver uma curva escoliotica mais grave e complicada.
Estirão de crescimento
Na infância e adolescência acontecem os períodos chamados ESTIRÃO DE CRESCIMENTO, e são nesses períodos que mais acontecem a piora da curva na coluna, a princípio os pais ou responsáveis começam a notar as diferenças na estética. O primeiro estirão de crescimento é nos primeiros meses de vida, entre 6 e 24 meses, o segundo entre 5 e 8 anos, e no período da puberdade costuma-se notar o surto mais rápido de crescimento, que é entre 11 e 14 anos. Existem algumas diferenças se tratando de meninos e meninas. Estudos comprovam que, de acordo com o crescimento da curva, a proporção de meninas afetadas com escoliose chega a ser de 7 meninas para 1 menino. Pacientes sem acompanhamento e que estão passando pelo estirão de crescimento chegam a ter uma grande piora em semanas.
Quanto à pergunta, USAR OU NÃO O COLETE? Este não é indicado para todos os pacientes com escoliose, de acordo com a tabela de classificação da SOSORT – Sociedade Internacional de Tratamento Ortopédico e Reabilitação da Escoliose, o colete 3D é indicado para curvas com mais de 25º, o que se encaixa dentro de curvas moderadas.
O período de uso do mesmo e o tratamento fisioterapêutico específico para escoliose ocorre até que se encerre a maturação óssea deste adolescente e o crescimento em estatura, isso para os casos onde a cirurgia não é indicada.
Então, “ESPERAR PARA VER”, não é a melhor escolha, já que agora sabemos sobre o risco de aumento da curva, principalmente na fase de estirão de crescimento! É crucial o início imediato do tratamento correto após a avaliação, onde se utiliza as autocorreções, os exercícios fisioterapêuticos específicos para escoliose, quando indicado também o colete 3D e que a criança ou adolescente esteja se mantendo ativo, praticando algum esporte, vale lembrar no qual a criança ou adolescente se identifique. A utilização destes afins, podem além de impedir a progressão da curva, em alguns pacientes até reduzir o tamanho delas. Fazem parte dos objetivos do tratamento fisioterapêutico específico para escoliose: evitar a cirurgia, melhorar a estética e melhora da qualidade de vida.