O Distrito Federal conta atualmente com 13 unidades básicas de saúde (UBSs) que funcionam até as 22h. Uma longa jornada de atendimento – visto que abrem às 7h da manhã – e que oferece maior conforto e alternativas à população. Uma opção para aquela mãe que, por exemplo, precisa levar o filho febril para ser examinado. Ou um paciente que necessita de uma troca de curativos. Situações em que, muitas vezes, o horário possível para buscar atendimento é o noturno.
Casos como o da bilheteira de ônibus Fabiana de Jesus, 32 anos. Moradora da QSE 18, a moça correu com o filho Calebe, 5, para a UBS 5 de Taguatinga Sul, próxima à sua casa. Uma infecção de pele – no caso, de nome impetigo – foi diagnosticada pela equipe de saúde no pequeno garoto. Isso tudo às 20h. “Trabalho o dia inteiro, minha vida é supercorrida. Então ter essa unidade aberta me ajuda muito, melhor do que ir para a fila de um hospital”, observa ela.
Calebe foi examinado, medicado e em cerca de 30 minutos já estava liberado para voltar ao conforto do lar. A mais antiga unidade de Taguatinga conta com uma equipe de médico da família, enfermeiro e técnico de enfermagem no horário das 18h às 22h. “Para a minha família, isso daqui é muito bom. Já estive aqui também para tomar uma injeção benzetacil e trouxe a outra filha após uma queda feia”, relata Fabiana. Segundo ela, a UBS 5 é o porto seguro quando eles precisam de atendimento médico.
Desafogar os hospitais da rede
No horário estendido, o acolhimento é por livre demanda e o leque de opções varia, a depender da unidade. “São pontos estratégicos onde ampliamos o acesso da população. E desafogamos a rede hospitalar”, frisa a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. “Um horário onde é possível, por exemplo, a mulher fazer o seu pré-natal, os usuários acompanharem doenças crônicas ou até mesmo fazerem um teste contra a covid”, enumera a secretária.
As unidades que vão até mais tarde estão espalhadas por diversas regiões do DF (veja lista ao final). E, conforme lembra o subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Maurício Fiorenza, os horários são em boa parte desconhecidos pela população.
“Percebemos que ainda há pouca procura, um grau de utilização baixo, já que muitos ainda desconhecem o horário”, acredita. “Queremos despressurizar os serviços das portas de emergência. Evitar que o usuário vá para a porta de um hospital quando ele poderia estar na UBS com um atendimento mais célere. Os casos de menor gravidade devem ser acompanhados pela unidade básica”, acrescenta.
Atendimento resolutivo
A chefe da enfermagem da unidade de Taguatinga, Madalena Rodrigues, por sua vez, pontua que o movimento tem crescido no posto. E que a satisfação das pessoas é grande com o atendimento. “Observamos que, com a pandemia, muitas pessoas perderam plano de saúde e aumentou a procura nas UBSs. É um horário diferente, mas conseguimos ser resolutivos em quase 100% dos casos”, finaliza.