Bolsonaro se pronuncia sobre prisão de ex-ajudante de ordens envolvido em fraude de cartões de vacina

Ex presidente elogia militar e expressa insatisfação com suposta perseguição na investigação

Danieli Aguiar
Por Danieli Aguiar 3 Min Leitura
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Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abordou na quinta-feira (18) as declarações de seu ex-ajudante de ordens, o coronel Mauro Cid, que permaneceu em silêncio durante seu depoimento à Polícia Federal (PF). O militar, atualmente detido desde o último dia 3, foi convocado para prestar esclarecimentos no caso que investiga uma suposta fraude em cartões de vacina contra a Covid-19.

Bolsonaro afirmou que não tem mantido contato com Cid e observou que o silêncio dele é uma decisão conjunta entre o coronel e seu advogado. O ex-presidente elogiou o histórico de Cid como oficial do Exército brasileiro, destacando sua dedicação e pedindo a Deus para que ele não tenha cometido erros.

Não tenho conversado com ele [Cid]. Vi que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele. Foi um excelente oficial do Exército brasileiro, é jovem ainda. Ele fez o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado”

Cid encontra-se em prisão preventiva desde o início de maio, como parte da Operação Venire, que trouxe o caso a público. A investigação policial está analisando a inserção de informações falsas nos cartões de vacinação, para contornar as restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos durante a pandemia.

Bolsonaro expressou insatisfação com o tratamento recebido e alegou estar sendo alvo de perseguição. Ele mencionou que seu depoimento foi divulgado na televisão antes mesmo de deixar o prédio da PF, na terça-feira, considerando isso uma violação e uma exposição excessiva. O ex-presidente também ressaltou que seu círculo de relacionamentos está sendo monitorado desde 2021 e questionou o motivo da quebra de sigilo do coronel Cid, sugerindo que tal ação tinha como objetivo alcançá-lo.

O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim”

Bolsonaro foi questionado se teria medo de ser preso e respondeu não haver motivos para tal medida, porém, destacou o caso recente da Bolívia, onde a ex-presidente Jeanine Áñez foi condenada a 10 anos de prisão sob a acusação de ter promovido um golpe de Estado para derrubar o então presidente Evo Morales.

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