Os advogados do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, solicitou o adiamento do seu depoimento marcado para esta segunda-feira (24) na Polícia Federal (PF), devido ao seu estado de saúde.
O depoimento em questão foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na última quinta-feira (20), após um pedido da PF para investigar o uso de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições em cidades onde o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro.
Torres está preso há três meses por acusações de omissão enquanto secretário de Segurança Pública nos atos criminosos de 8 de janeiro. Onde na época, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
A defesa de Torres nega todas as acusações e busca a liberdade provisória do ex-ministro, esperando que a avaliação médica possa fornecer elementos técnicos para comprovar a sua condição de saúde debilitada diante da justiça.
Laudo médico
De acordo com um laudo médico, o estado de saúde mental do ex-ministro Anderson Torres apresentou uma “piora significativa”. O documento relata que Torres tem sofrido crises de ansiedade seguidas de crises de choro, além de apresentar queixas como sensação de angústia, nervosismo, insegurança e pensamentos ruins.
O profissional de saúde responsável pelo atendimento de Torres declarou que foram feitas várias intervenções e ajustes de medicamentos com o objetivo de reduzir as consequências das crises, mas que não houve uma resposta satisfatória.
Anderson Torres passou a ter acompanhamento médico em 17 de janeiro, três dias após sua prisão. Segundo o laudo, houve uma “piora significativa do estado geral do paciente”, com perda de peso de aproximadamente dez quilos e aumento da frequência e intensidade das crises de ansiedade seguidas de crises de choro e nervosismo intenso acompanhada de excesso de preocupação em relação às suas filhas menores.