A horta comunitária que surgiu às margens do Parque Bosque do Sudoeste há oito anos agora passa a integrar oficialmente a poligonal do equipamento público. O projeto foi aprovado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) após pedido da Administração Regional do Sudoeste e Octogonal. Com a decisão, a plantação será incorporada ao espaço com o deslocamento do cercamento até os canteiros.
Serão colocados 135 metros lineares de cerca para que a horta fique dentro do parque. Atualmente, ela é acessada pelo lado de fora do local. O anexo adiciona uma área verde de 900 m².
A população do Sudoeste merece um local limpo e adequado para poder preservar, contemplar e usufruir. Além de ter uma vasta gama de plantas que precisam ser preservadas, contando com espécies do Cerrado, hortaliças, frutas, plantas medicinais e vegetais, a horta tem um incrível poder de descompressão para quem mora no Sudoeste e passa pelo Parque do Bosque”, afirma o administrador regional, Reginaldo Sardinha.
Os serviços estão sendo feitos pela administração regional com apoio dos reeducandos do projeto Mãos Dadas, da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape). “Conseguimos a doação do material e disponibilizamos a mão de obra para que isso acontecesse”, completa Sardinha.
A aposentada Ikuyo Nakamura é hoje a responsável pela horta comunitária. Ela herdou a liderança do antigo morador Osvaldo Davi, que criou a iniciativa. Para Ikuyo, o cercamento será a garantia de segurança para quem tem plantas no local. “Todo santo dia eu estou aqui para conseguir manter a horta e vejo muito vandalismo. As pessoas deixam latas de cerveja, garrafas de vinho… Fazem xixi. Jogam as fezes dos animais. O cercamento vai nos dar segurança tanto na questão da higiene, quanto na segurança pessoal”, defende.
Ikuyo também vê a ação como algo natural: “O cercamento é o abraço do parque na horta”. Além da cerca do lado de fora, a horta terá uma delimitação na área interna do parque. O objetivo é evitar que as plantações possam ser destruídas. Hoje o local abriga canteiros com plantas frutíferas – como mamão, goiaba e framboesa – e medicinais e hortaliças.
Composteira
No ano passado, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e a administração regional instalaram a primeira composteira pública urbana do DF na área da horta. A estrutura é própria para depósito e compostagem de materiais orgânicos que, em vez de serem descartados na natureza, são transformados em húmus.
Ao lado da composteira foi construída uma caixa para descarga do biofertilizante, líquido que, diferentemente do chorume, que não tem contato com o oxigênio e é poluente, é ainda mais rico em componentes orgânicos para adubação.