Na era dos cancelamentos frequentes, é uma conquista quando uma série chega ao fim por sua própria conta, e melhor ainda quando esse desfecho é digno da história construída. Esse é o caso de “De Volta Aos 15”, que concluiu sua terceira temporada de forma especial, surpreendendo os fãs com uma narrativa que, mesmo se afastando dos livros de Bruna Vieira, manteve a essência da obra original.
Roteiristas mantêm a essência com identidade própria
Embora o segundo ano da série já tivesse se distanciado levemente dos livros, a terceira temporada chegou sem o apoio da saga literária, que se encerra no segundo volume. No entanto, a equipe de roteiristas, liderada por Vitor Brandt, conseguiu preservar a alma da narrativa original, ao mesmo tempo em que desenvolveu uma identidade própria, muito graças à química entre o elenco.
O personagem Fabrício, interpretado por João Guilherme, originalmente o “garoto problema” dos livros, encontra redenção em sua relação com Anita, vivida por Maisa, enquanto Antonio Carrara ganha destaque como Joel, um personagem essencial para as novas dinâmicas de viagem no tempo da protagonista.
Novas dinâmicas e amadurecimento marcam a temporada
Nesta temporada, as regras das viagens no tempo mudam: Anita, agora com 30 anos e interpretada por Camila Queiroz, perde o controle de suas viagens após deletar sua conta no Floguinho, voltando aleatoriamente para seus 18 anos, em vez dos 15. Essa nova dinâmica traz um amadurecimento necessário para a série, que se reflete no elenco e na história, tornando-a mais universal e próxima do público.
A inclusão de novos personagens como Larissa Manoela, que adiciona um toque nostálgico à série, enriquecem ainda mais a trama.
Porém, a série não é perfeita; em alguns momentos, perde o tom maduro estabelecido, causando situações que podem gerar risadas ou desconforto em momentos inadequados. Apesar disso, “De Volta Aos 15” consegue entregar aos fãs o final emocionante e reconfortante que tanto aguardavam, encerrando a série com um sentimento de satisfação e carinho.