Coreia do Sul aprova lei que proíbe comércio de carne de cachorro

Parlamento Sul-Coreano aprova medida histórica em resposta à crescente pressão dos ativistas pelos direitos dos animais

Danieli Aguiar
Por Danieli Aguiar 3 Min Leitura
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Imagem: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
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Nesta terça-feira, o Parlamento da Coreia do Sul deu um passo significativo ao aprovar uma lei que proíbe a criação, abate e venda de cães destinados ao consumo de carne, uma prática profundamente enraizada na tradição culinária do país. Com uma votação expressiva de 208 a favor e nenhum contra na Assembleia Nacional, a legislação entrará em vigor após um período de espera de três anos, pendente da aprovação final do Presidente Yoon Suk Yeol.

A carne de cachorro, há muito presente na culinária sul-coreana, estima-se que seja consumida por até um milhão de cães anualmente. No entanto, essa prática tem experimentado uma significativa redução, em parte devido à crescente popularidade de ter cães como animais de estimação. O consumo de carne canina tornou-se um tabu, especialmente entre os jovens urbanos, e os defensores dos direitos dos animais intensificaram seus esforços para abolir essa tradição.

O apoio à legislação foi reforçado pelo Presidente Yoon, conhecido por sua paixão por animais, tendo adotado vários cães e gatos de rua. A primeira-dama Kim Keon Hee também contribuiu para essa causa, sendo uma crítica aberta ao consumo de carne de cachorro.

JungAh Chae, diretor-executivo da Humane Society International/Korea, expressou otimismo, afirmando: “A maioria dos cidadãos coreanos rejeita comer cães e quer ver este sofrimento restrito aos livros de história, e hoje os nossos políticos agiram decisivamente para tornar isto uma realidade.”

Pesquisa

Uma pesquisa recente divulgada por uma organização de bem-estar animal revelou que nove em cada dez sul-coreanos afirmam que não comeriam carne de cachorro no futuro.

Apesar de tentativas anteriores de proibir o comércio de carne de cachorro terem enfrentado oposição de agricultores que criavam os animais para consumo, a nova legislação aborda essa preocupação ao incluir compensações para esses negócios, permitindo que eles se dediquem a outras atividades.

Dados governamentais indicam que cerca de 1.100 fazendas criam centenas de milhares de cães anualmente, cuja carne é servida em restaurantes por todo o país. A carne canina é considerada uma iguaria de verão devido à crença de que sua carne vermelha e gordurosa aumenta a energia e ajuda a resistir ao calor.

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