Desenvolvendo a resiliência

Apoiar os adolescentes na construção de significações, representações, comportamentos e sentimentos positivos em relação a si mesmos traz enormes contribuições para sua resiliência social

Sandra Mara Bessa
Por Sandra Mara Bessa  - Professora 3 Min Leitura
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Lendo uma postagem no Instagram, deparei com um texto de Nina Zobarzo: “Permita-se ser mal vista, mal falada, mal avaliada! Permita que se enganem a seu respeito, que deem risadinhas pelas costas! Permita que julguem, que cochichem, que acreditem saber quem você é! Permita que te “olhem torto”, que se afastem, que te excluam, que te rejeitem! (…) E veja que SIM, ela acaba em morte! Morte desta que era escrava “dos outros”. E então viva, viva livre, sem medo. Porque a “outra” não tem mais poder sobre você”.

É muito interessante perceber o quanto esse texto aborda o comportamento humano, tão comum em nossos dias, que possibilita o julgamento constante do outro a partir de nosso olhar sobre o mundo, imputando aos outros nossos valores. Na fase escolar, especialmente na adolescência, percebemos o quanto nossos adolescentes são influenciados por estas “expectativas” que lhes são imputadas por diferentes grupos.

Apoiar os adolescentes na construção de significações, comportamentos e sentimentos positivos traz enormes contribuições para sua resiliência social.”Sandra Mara Bessa

Como consequência, verificamos o quanto somos levados desde muito cedo a nos render às imposições sociais que nos são ditadas, seja quanto ao que vestimos, ao modo como falamos, ao modo como nos comportamos… Disso resulta que, em determinados grupos, vejamos cópias de uma mesma proposta em que as pessoas perdem suas identidades em favor da aceitação tácita desses pressupostos. Da mesma forma, evidencia-se o impacto dessa massificação na saúde mental daqueles que se veem constantemente pressionados a assumir tais padrões.

Fortalecendo Autoestima

Dessa forma, precisamos, como pais e professores, perguntar-nos sobre o impacto do estabelecimento desses padrões na formação da personalidade de nossos adolescentes. Para tanto, é crucial considerar que a autoestima, a formação da identidade e a reflexão sobre o próprio projeto de vida são marcos dessa fase. Além disso, há que se considerar ainda as alterações na personalidade e na aparência física que se alinham aos valores em formação e internalizados e às tentativas de definição de quem são e de aceitação por seus pares.

Voltando ao texto inicial, lembramos o quanto é fundamental trabalhar, desde a primeira infância, com competências socioemocionais ligadas à autoestima, à autonomia e à consolidação da própria identidade. Apoiar os adolescentes na construção de significações, representações, comportamentos e sentimentos positivos em relação a si mesmos traz enormes contribuições para sua resiliência social no sentido de aprender a lidar com as adversidades decorrentes de sermos quem somos e não o que querem que sejamos. Viver livre, sem medo não tem preço.

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Posted by Sandra Mara Bessa Professora
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Gestora de projetos e especialista em Educação
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