No pulsante coração do Brasil, onde a tradição se entrelaça com a inovação, a cutelaria floresce como uma arte em ascensão. No Distrito Federal uma comunidade de artesãos talentosos e apaixonados pelo ofício, está moldando facas meticulosamente trabalhadas que não são apenas ferramentas, são a materialização do cuidado artesanal e da dedicação à sua arte ancestral.
Nesta reportagem, mergulhamos na rica arte da cutelaria, destacando além das lâminas afiadas e habilmente trabalhadas, as histórias inspiradoras de Cleber Melo e Neucledio Copati, dois mestres que dedicaram suas vidas a transformar uma paixão em uma carreira excepcional.
Através de suas jornadas, descobrimos que a cutelaria é mais que uma profissão, é uma paixão fervorosa que une comunidades, inspira aprendizes e cria obras de arte duradouras.
Nesse cenário em constante evolução, a Associação Brasileira de Cutelaria surge como uma força unificadora para os apaixonados por essa arte. “A associação promove cursos de especialização, workshops e eventos que ajudam a promover a cutelaria”, explica Cleber Melo. Além da capacitação, a associação oferece suporte aos cuteleiros interessados em mostrar seu trabalho, criando oportunidades para a interação direta entre criadores e clientes.
Cleber Melo: uma paixão compartilhada e uma missão educacional
Há 14 anos, Cleber Melo (foto) deixou para trás uma carreira em tecnologia para se tornar um cuteleiro profissional. Para ele, a cutelaria é mais que uma ocupação, mas uma paixão que o conecta diretamente ao mundo tangível.
Cleber agora é presidente da Associação Brasiliense de Cutelaria e um respeitado professor que já compartilhou seu conhecimento com mais de 80 alunos em sua oficina e na Universidade de Brasília.
“A cutelaria me trouxe a possibilidade de fazer coisas palpáveis, de ver o resultado do meu trabalho”, compartilha Melo, sorrindo enquanto recorda o início de sua jornada. Durante a pandemia, a cutelaria ganhou popularidade como uma atividade terapêutica, criativa e prática, especialmente após competições como o ‘Desafio sobre Fogo’, que abriram portas para essa antiga arte. Melo participou do reality show, chegando a ser um dos finalistas.
A cutelaria brasileira está em alta, com um crescimento impressionante de 60% desde 2020, revela Cleber Melo. Cuteleiros do Brasil estão sendo reconhecidos globalmente pela qualidade de seu trabalho, com clientes em todo o mundo buscando suas facas únicas e artesanais.
Neocledio Copatti: Jornada de descobertas e tesouros familiares
Em Cristalina-Go, Neocledio Copatti (foto) transformou sua paixão por facas em uma carreira notável. Sua jornada começou pela curiosidade e apreço que desde menino sempre teve pelas facas, em especial pelas facas gaúchas, colocando em prática através da forja de peças para o seu próprio uso. O que começou como um hobby logo se transformou em uma paixão avassaladora, levando-o a aprender técnicas e segredos da cutelaria por conta própria, incluindo técnica e experiência adquiridas nos Emirados Árabes Unidos, onde passou dois anos se aperfeiçoando.
Neocledio acredita que a chave para o crescimento contínuo da cutelaria brasileira é a colaboração e a troca de ideias entre os artesãos. Ele enfatiza a importância da união dentro da comunidade, defendendo encontros regulares e discussões para impulsionar a arte.
Mais do que ferramentas, obras de arte duradouras
Enquanto as facas industriais são produzidas em larga escala e tendem a ser uniformes, as facas artesanais oferecem uma experiência única. A atenção meticulosa aos detalhes e a personalização são marcas registradas dessas criações. Os clientes têm a oportunidade de escolher cada elemento, desde o tipo de aço até o material do cabo, tornando cada faca uma obra de arte única e duradoura.
Apesar do custo mais elevado das facas artesanais, elas não são apenas ferramentas; são heranças, tesouros familiares que resistirão ao teste do tempo. Para Cleber Melo e Neocledio Copatti, suas facas são mais que objetos – são conexões com a história, resultado do talento e da dedicação de seus criadores.
Serviço
Para mais informações: Associação Brasiliense de
Cutelaria: @abc.cutelaria
Cleber: @clebermelo_cutelaria
Neocledio: @ncopatti