O governo enfrenta desafios financeiros significativos, registrando um déficit de quase R$ 105 bilhões no período de janeiro a agosto deste ano. Este desequilíbrio, conhecido como “déficit primário”, ocorre quando a receita tributária do governo fica abaixo de seus gastos totais. Este cenário, semelhante a gerenciar as finanças de uma casa, implica em incerteza, instabilidade e um aumento da dívida pública.
Na prática, a restauração da saúde financeira do país apresenta apenas duas opções: reduzir os gastos públicos ou aumentar a arrecadação por meio de novos impostos. Em outras palavras, é necessário “enxugar” o aparato estatal ou buscar formas adicionais de receita.
Comparação do Déficit Fiscal
Comparando com anos anteriores, esse déficit é inferior aos registrados em 2021 e 2022, mas ainda representa o quarto maior déficit fiscal para o período de janeiro a agosto, ficando atrás somente dos anos de 2020, 2016 e 2017. Além disso, marca o pior desempenho registrado no primeiro ano de mandato de um governo.
É importante ressaltar que mesmo com esses números desfavoráveis, o governo continua dentro dos limites autorizados pelo Congresso para o déficit, que podem chegar a até R$ 238 bilhões. Isso se deve, na maioria, à aprovação da PEC que permite ultrapassar o teto de gastos.
Conforme a área econômica, a previsão é que o déficit encerre o ano em torno de R$ 140 bilhões, o que, embora negativo, é uma melhoria em relação às expectativas iniciais.
É relevante mencionar que o governo tem planos ambiciosos para 2024, com uma proposta de atingir um déficit zero