Tudo sobre a nova variante do coronavírus que está em circulação

Especialistas avaliam o impacto da subvariante EG.5 e sua relevância na luta contínua contra a pandemia

Giza Soares
Por Giza Soares 4 Min Leitura
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A OMS emitiu um comunicado declarando que, com base nas evidências atuais, o risco global representado pela EG.5 é avaliado como baixoImagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em um cenário de constante evolução da pandemia de Covid-19, a atenção mundial está agora voltada para a subvariante EG.5 do coronavírus, batizada de Eris. Esta semana, ela assumiu o posto de variante dominante nos Estados Unidos, suscitando preocupações entre especialistas de saúde e autoridades internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Eris como “de interesse”, devido às suas mudanças genéticas que podem conferir vantagens ao vírus e ao aumento de sua prevalência.

A inquietação gerada por essa mutação em particular é compreensível, mas os especialistas advertem que ainda não é hora de entrar em pânico. A Eris, embora esteja em ascensão, não é, por enquanto, considerada uma ameaça substancial. De acordo com o Dr. Andrew Pekosz, professor de Microbiologia Molecular e Imunologia na Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins, a variante não difere muito das outras que circulam há meses.

É preocupante o fato de que ela está aumentando, mas não parece ser algo muito diferente do que já vem circulando nos últimos três a quatro meses”, disse o Dr. Pekosz, temperando as preocupações imediatas.

A OMS também emitiu um comunicado declarando que, com base nas evidências atuais, o risco global representado pela EG.5 é avaliado como baixo. Isso ajuda a acalmar os temores, mas ainda deixa questões sobre a importância dessa subvariante em longo prazo.

Casos de Covid em ascensão

A Eris, detectada pela primeira vez nos Estados Unidos em abril deste ano, tem raízes na China, onde foi identificada em fevereiro. Originária da Ômicron XBB.1.9.2, a Eris possui uma mutação que lhe confere uma vantagem notável: a capacidade de escapar dos anticorpos produzidos em resposta a variantes anteriores e a vacinas. Isso pode explicar por que ela rapidamente se tornou a cepa dominante em todo o mundo e, possivelmente, por que os casos de Covid estão novamente em ascensão.

Ainda assim, é importante salientar que a Eris não parece possuir uma maior capacidade de contágio, sintomas mais severos ou uma probabilidade aumentada de causar doenças graves. Testes diagnósticos e tratamentos como o Paxlovid continuam sendo eficazes contra ela, de acordo com o Dr. Pekosz.

Nova versão da vacina

O que preocupa alguns especialistas, entretanto, é a eficácia contínua das vacinas. O Dr. Eric Topol, vice-presidente executivo da Scripps Research na Califórnia, expressou um certo grau de tranquilidade em relação à Eris, mas destacou a importância da nova formulação da vacina que será lançada no outono do hemisfério Norte. Essa nova versão da vacina foi desenvolvida com base em uma variante geneticamente similar à Eris, oferecendo uma potencialmente melhor proteção contra suas mutações.

A crescente acumulação de mutações no Sars-CoV-2 preocupa alguns especialistas, como o Dr. Trevor Bedford, professor na Divisão de Vacinas e Doenças Infecciosas do Fred Hutchinson Cancer Center. Ele destaca que, embora cada variante individual possa não causar tanto impacto quanto a Ômicron, a soma total de mutações está causando um impacto significativo.

Apesar desses desafios contínuos, os especialistas enfatizam que é improvável que essas novas variantes causem um aumento drástico, semelhante ao observado no inverno de 2022 com a primeira variante Ômicron. Portanto, enquanto a Eris traz uma dose de preocupação, a vigilância e a pesquisa contínuas são fundamentais para entender plenamente suas implicações e controlar sua disseminação.

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