O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no contexto de um inquérito que investiga a suposta utilização da PRF para influenciar as eleições de 2022 em favor do então candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL).
A decisão, que enfatiza a seriedade das alegações contra Silvinei Vasques, foi emitida após um longo período de investigação conduzido pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação “Constituição Cidadã”. Segundo as informações apuradas, a PRF teria conduzido mais de 500 operações de controle no transporte de eleitores durante o segundo turno das eleições do ano anterior. Essas operações teriam causado atrasos significativos nas votações, especialmente em áreas como o Nordeste, onde indicadores de pesquisa apontavam uma vantagem para o candidato rival, Lula (PT).
A acusação central sustenta que Silvinei teria supostamente utilizado sua posição de autoridade na PRF para direcionar recursos humanos e materiais de maneira enviesada, com o objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores em regiões onde Lula obtivera um apoio considerável no primeiro turno das eleições.
Nesse contexto, o ministro justificou a ordem de prisão preventiva, citando as ações relatadas pela Polícia Federal como “ilícitas e gravíssimas”. “São apontados elementos indicativos do uso irregular da máquina pública com objetivo de interferir no processo eleitoral, via direcionamento tendencioso de recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores”, afirma a decisão de Alexandre de Moraes
Operação de busca e apreensão
Além da prisão preventiva, o ministro autorizou uma série de medidas adicionais. Uma operação de busca e apreensão domiciliar foi autorizada, com o objetivo de coletar possíveis evidências relevantes. Acesso ao conteúdo armazenado em dispositivos eletrônicos e redes também foi permitido, assim como uma busca pessoal. Além disso, a decisão determinou o interrogatório do ex-chefe da PRF, como parte do processo de apuração.
A operação “Constituição Cidadã” também resultou no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão. Um dos alvos dessas ações foi Wendel Matos, ex-corregedor-geral da PRF, que, durante sua gestão, teria arquivado investigações internas relacionadas às operações de controle conduzidas pela instituição durante o período eleitoral.
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