Estamos na Semana Mundial da Amamentação e no mês conhecido como Agosto Dourado, de conscientização sobre o aleitamento materno. Sabemos que essas datas são super-relevantes para fomentar o debate a respeito da importância da amamentação no desenvolvimento dos bebês; vejo também como uma grande oportunidade para que nós, profissionais da saúde, possamos trabalhar o tema sem romantismo e com o cuidado que o assunto merece.
Uma das dúvidas que mais me manifestam, seja no consultório ou por meio das redes sociais, é sobre as mudanças que ocorrem nas mães durante esse período. Por exemplo, por que durante a amamentação as mulheres sentem mais fome? Será que isso é normal? Quais alimentos são grandes aliados das mães e dos bebês? Quais outros são vilões, se é que eles existem? Como equilibrar todas as mudanças desse novo momento de vida com uma alimentação adequada e saudável para os dois?
Dúvidas são normais, afinal, ao mesmo tempo que estamos conhecendo nosso bebê também estamos nos redescobrindo como mulher, readaptando hábitos e rotinas que antes eram bem estabelecidas. Por isso não se preocupem: sentir mais fome é normal! E isso acontece em razão de um conjunto de fatores fisiológicos e hormonais que ocorrem nessa fase.
Aumento de hormônios
Para permitir a produção e o suprimento de leite materno ao bebê, há um aumento de hormônios que podem aumentar o apetite, como a prolactina e a oxitocina. Além disso, o ato de amamentar requer um gasto energético intenso. Para compensar esse gasto extra, o corpo da mulher responde com mais fome, como forma de repor essa energia.
Sempre gosto de relembrar que cada mulher é única, logo, a intensidade do aumento do apetite durante a amamentação é variável, ou seja, algumas vão sentir mais fome do que outras, e isso é mais do que normal, é esperado. “Mas Simone, como consigo equilibrar esse aumento de apetite com hábitos alimentares saudáveis?”. Aqui é que está o desafio! Manter esse equilíbrio nutricional requer um pouquinho de atenção a mais nesse momento. Então separei algumas dicas.
O que evitar
Evite passar muito tempo sem comer e, quando fizer as pequenas refeições ou lanches durante o dia, busque alimentos nutritivos. Uma banana com aveia, por exemplo, pode ser uma boa opção de lanche da tarde. A aveia é uma grande aliada na produção de leite materno e, além disso, é uma excelente fonte de fibras, vitaminas e minerais essenciais para a saúde da mãe. Sementes, como linhaça e chia, também são interessantes para serem incluídas nas refeições. Feijões, lentilhas e grão-de-bico são fontes importantes de proteínas vegetais e principalmente de ferro. O clássico prato de arroz com feijão pode funcionar muito melhor do que você imagina, e se quiser dar um up, sugiro trocar o arroz branco por arroz integral.
Evitar alimentos ultraprocessados, com muito açúcar e gorduras também pode ajudar no controle do aumento do apetite. E não preciso repetir que a hidratação é indispensável, certo? Manter-se bem hidratada, principalmente após as mamadas, é peça chave para o equilíbrio. A amamentação é um momento muito especial, tanto para a mãe, quanto para o bebê, por isso precisamos falar sobre ele de forma simples. Não precisamos incluir alimentos caros e nem restringir o consumo, mas olhar para esse momento como uma forma de conexão com o nosso corpo, com as pessoas a nossa volta e principalmente com o nosso bebê.
