Em entrevista exclusiva concedida ao Jornal Capital Federal, o deputado distrital Ricardo Vale (PT-DF), vice-presidente da Câmara Legislativa, apresentou suas prioridades para o segundo mandato, destacando-se por suas propostas voltadas para a educação, saúde e mobilidade urbana. Com um olhar voltado para a inclusão e o acesso igualitário à educação, o parlamentar enfatizou a implementação da tarifa zero estudantil como uma de suas principais metas. Ele defende que todos os estudantes do Distrito Federal tenham não apenas o direito ao transporte para ir à escola, mas também a utilização gratuita do transporte público para atividades culturais, esportivas e ampliando suas oportunidades de conhecimento e experiências.
Jornal Capital Federal – Deputado, qual a prioridade desse seu segundo mandato? …Fui informado que o GDF já tem um estudo para iniciar a tarifa zero aos sábados e domingos, no segundo semestre, que incluirá ônibus, metrô e BRT.Ricardo Vale
Deputado Ricardo Vale – Uma das minhas prioridades nesse meu segundo mandato é a implementação da tarifa zero estudantil, para que todos os estudantes do DF, além de terem direito ao transporte para ir estudar, também tenham direito a usar o transporte público gratuito para frequentar um shopping, cursos , ir a um teatro, cinema, pois isso faz parte da formação dos estudantes e acredite, existem alunos de cidades mais distantes que não conhecem o plano piloto ou nunca foram a um cinema ou teatro por falta de condições financeiras.
Inclusive, fui informado que o GDF já tem um estudo para iniciar a tarifa zero aos sábados e domingos, no segundo semestre, que incluirá ônibus, metrô e BRT.
JCF – Mas Deputado, a questão da saúde não deveria ser uma prioridade também?
Dep. Ricardo Vale – Claro, a saúde também será minha prioridade. O que pretendo é tentar discutir a mudança no modelo de gestão da saúde, o governo precisa trabalhar na prevenção, assim como o programa saúde da família, voltar para a atenção básica com visitas periódicas de médicos e enfermeiros no local de origem, para evitar que as pessoas adoeçam e precisem procurar UPAs e hospitais.
JCF – Deputado, e a questão do Fundo Constitucional, que com a aprovação do Arcabouço Fiscal pode tirar do DF R$ 85 bilhões em receitas.
Dep. Ricardo Vale – Sou totalmente contra a aprovação do projeto como está. Inclusive, gostaria de parabenizar todo meio político da cidade por entrar em campo e tentar reverter esse projeto junto aos Senadores. Que bom que até o governador também entrou. Na pior das hipóteses, caso seja aprovado, pretendo reunir toda a bancada Federal e Distrital e pedir ao Presidente Lula que vete o artigo que prejudica o DF.
JCF – Falando no governo Ibaneis, qual nota você dá para o governador e quais são as melhores áreas de atuação e as piores? O governo federal também está ajustando nossa economia, está caminhando certo para já chegar numa nota 8.Ricardo Vale
Dep. Ricardo Vale – Dei nota 7 para o primeiro governo Ibaneis, sendo a melhor área infraestrutura e obras, e as piores áreas a falta de políticas de assistência social e de moradia para população de baixa renda. Mas nesse segundo mandato, ainda não deu pra avaliar, estou muito preocupado com a área da saúde.
JCF – E o governo Lula, que nota o senhor dá?
Dep. Ricardo Vale – Dou nota 7,5 pois em pouco tempo o Presidente Lula colocou o Brasil novamente no cenário internacional e iniciou a implementação de políticas públicas para pessoas de baixa renda. Já foram retomados programas como o Mais Médicos, o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o Prouni. O governo federal também está ajustando nossa economia, está caminhando certo para já chegar numa nota 8.
JCF – Quais projetos o senhor ainda gostaria de destacar?
Dep. Ricardo Vale – Tenho dois projetos que considero muito importantes. O primeiro é a Lei 7.264 de 2023, que prevê multas de até R$ 500 mil para agressores de mulheres, abrangendo o pagamento de despesas hospitalares e psicológicas. A ideia é que, além de serem presos, os agressores também sintam no bolso as consequências de seus atos. Já foi sancionado. O segundo projeto visa reduzir o número de armas no DF. Muita gente se armou nos últimos anos , inclusive os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). A intenção é convencer os cidadãos de que se armar não significa melhorar a segurança. Estamos na luta também, por uma melhor mobilidade em todas as regiões do DF, como a campanha da terceira faixa que liga Sobradinho a Planaltina e pela implantação do BRT Norte, compromissos assumidos pelo governador.
