Na Páscoa, celebramos a vida que vence a morte. O recomeço. A esperança que ressurge, mesmo depois de um tempo escuro. Recentemente, ouvi uma homilia do Frei Vicente que me tocou profundamente. Ele falava sobre o papel essencial das mulheres no cristianismo, especialmente Maria Madalena — a primeira a testemunhar a ressurreição. Mas o que mais me marcou foi sua reflexão sobre o vazio.
Vazio não é sinal de perda, mas de transformação
Frei Vicente dizia que o vazio do túmulo não foi sinal de perda, mas de transformação. Um espaço silencioso, incômodo, mas necessário. Um vazio que preparou o terreno para o milagre da vida nova.
Na nutrição comportamental, vejo esse vazio com frequência. Às vezes ele aparece como o cansaço de tantas tentativas frustradas de seguir dietas.
Às vezes, como a culpa depois de comer algo “proibido”. Ou ainda, como aquela sensação de desconexão com o corpo, com os próprios desejos, com a rotina.
Mas e se esse vazio não for castigo?
E se for um espaço de pausa?
Um terreno fértil para algo novo florescer?
Assim como a ressurreição não acontece sem silêncio, sem espera, sem atravessar a noite escura… a transformação da relação com a comida e com o corpo também precisa de tempo, acolhimento e escuta.
A Páscoa nos convida a renascer
E o caminho começa justamente ali, onde parece não haver mais nada.
No espaço entre a velha forma de viver e a nova que ainda está nascendo. Na nutrição que pratico, esse espaço é bem-vindo. É nele que moram as perguntas, os recomeços e as descobertas mais bonitas.
Se você está atravessando um vazio, talvez ele esteja preparando algo novo. E eu estarei aqui, para caminhar com você — sem pressa, sem culpa, com leveza. Se permita renascer com mais presença e menos peso. Se quiser caminhar comigo, me acompanhe.