Vacinação impulsiona queda nos casos de meningite no DF em 2024

Cobertura vacinal ultrapassa 95% e reforça eficácia da prevenção no controle da doença

Redação
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A imunização alcançou mais de 95% da população-alvo em 2024, reforçando a importância de manter a caderneta em dia para proteger vidas e evitar surtos da doençaImagem: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF
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Os casos confirmados de meningite no Distrito Federal caíram 14% em 2024 em comparação ao ano anterior. O avanço da cobertura vacinal, que atingiu 95,3%, aparece como fator decisivo na redução dos números. O dado é do último Informativo Epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), que destaca o papel da imunização como principal barreira contra a disseminação da doença.

De janeiro a abril deste ano, 333 casos suspeitos foram notificados no DF, com 92 confirmações. Em 2023, foram 254 notificações e 107 confirmações. A queda ocorre em um cenário de tendência de redução da doença, observada ao longo dos últimos 15 anos, tanto no número de casos quanto na letalidade.

A médica Anna Paula Bise Viegas, responsável técnica pela área de meningites na Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis da SES-DF, aponta a vacinação como aliada fundamental:
— A meningite é uma doença grave, com risco de sequelas e até morte. A diminuição nos casos é resultado direto das vacinas. Manter a caderneta atualizada é essencial.

Entre os casos registrados neste ano, 52% foram de origem bacteriana e 30%, viral. Outros 7% tiveram causas diversas — principalmente fúngicas — e em 11% não foi possível identificar a origem.

O aumento na aplicação de vacinas, ainda que modesto, reflete compromisso coletivo com a prevenção: foram 30,9 mil doses aplicadas em 2024, ante 30,3 mil no ano anterior.

Alerta contínuo

Mesmo com os avanços, especialistas alertam para a importância da vigilância contínua. Os sintomas da meningite incluem febre, dor de cabeça intensa, vômitos, confusão mental, rigidez na nuca, sensibilidade à luz e, em casos graves, convulsões e erupções cutâneas. Em bebês, febre persistente, choro inconsolável e sonolência são sinais de atenção.

O tratamento depende do agente causador. Infecções bacterianas exigem uso imediato de antibióticos. Já nos quadros virais, o suporte clínico costuma ser suficiente. Em todos os casos, a agilidade no diagnóstico faz diferença.

Vacinas e acesso

Desde 2010, a vacina meningocócica C é ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de até um ano. O público-alvo foi ampliado em 2017 para adolescentes de 11 a 14 anos. A partir de 2020, essa faixa passou a receber a vacina ACWY, com maior cobertura de sorogrupos.

As doses estão disponíveis nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde do DF. A rede pública também oferece encaminhamento para casos suspeitos em hospitais e policlínicas.

Prevenção é compromisso coletivo

A meningite se transmite por gotículas de saliva, tosse e espirros. Por isso, além da vacinação, manter bons hábitos de higiene e evitar aglomerações em ambientes fechados ajuda a reduzir a exposição ao risco.

Os números mostram que a imunização não é apenas uma escolha individual, mas um pacto coletivo pela saúde pública.

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