O vice-presidente Geraldo Alckmin fez duras críticas à decisão do governo dos Estados Unidos de sobretaxar o aço e o alumínio em 25%. Para Alckmin, essa medida, tomada pela administração de Donald Trump, não prejudica apenas o Brasil, mas também impacta negativamente o comércio global.
Durante uma coletiva de imprensa, o vice-presidente afirmou que o comércio internacional deve ser baseado em reciprocidade e diálogo, não em retaliações.
Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego, declarou, destacando que o comércio exterior é uma via de mão dupla, onde todos saem ganhando quando há competitividade e cooperação.
Alckmin lembrou que os Estados Unidos possuem um superávit comercial com o Brasil, o que torna a sobretaxação ainda mais incompreensível. “A medida tomada de aumentar a tarifa para 25% não foi contra o Brasil, foi uma decisão geral, que afeta o comércio global de forma indiscriminada”, explicou o vice-presidente. Ele ressaltou que o Brasil não representa um problema comercial para os Estados Unidos, uma vez que, nos últimos anos, o país norte-americano exportou mais para o Brasil do que importou, gerando um superávit.
Superávit comercial
Embora o Brasil tenha registrado um déficit comercial de US$ 342,9 milhões com os Estados Unidos nos dois primeiros meses de 2025, Alckmin detalhou que o superávit comercial dos EUA com o Brasil, considerando bens e serviços, chega a impressionantes US$ 25 bilhões. Além disso, destacou que a maior parte dos produtos norte-americanos exportados para o Brasil entra no país com tarifa zero, devido à isenção para bens de capital e telecomunicações.
Com a crítica à sobretaxação, Alckmin reafirma a posição do governo brasileiro em favor do diálogo e de soluções equilibradas que tragam benefícios mútuos, afastando o risco de uma guerra comercial que poderia afetar tanto as economias de ambos os países quanto o comércio global como um todo.