O Brasil fez história na noite do Oscar 2025 com a vitória de Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional. Dirigido por Walter Salles, o longa se tornou a primeira produção brasileira a conquistar uma estatueta na premiação mais importante do cinema mundial. A cerimônia, realizada neste domingo (2), consagrou o filme baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, que se tornou ativista após o desaparecimento do marido durante a ditadura militar.
Fernanda Torres não leva Melhor Atriz
Apesar do feito histórico, Fernanda Torres, protagonista do longa, não levou o prêmio de Melhor Atriz. A vencedora foi Mikey Madison, pelo filme Anora. Torres concorria ao lado de Demi Moore, Karla Sofía Gascón e Cynthia Erivo. A derrota remete a 1999, quando sua mãe, Fernanda Montenegro, também indicada por um filme de Walter Salles, Central do Brasil, perdeu para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado.
O caminho do Brasil até o Oscar
O reconhecimento de Ainda Estou Aqui reforça a trajetória do cinema brasileiro no Oscar. Desde a primeira indicação do país em 1945, com uma canção de Ary Barroso para Brazil, produções nacionais tiveram presença marcante em diversas categorias, mas nunca haviam conquistado a estatueta. O Brasil já havia sido indicado quatro vezes a Melhor Filme Internacional, com O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999).
Em outras categorias, Cidade de Deus (2004) teve quatro indicações, mas saiu sem prêmios. O país também esteve representado na animação com O Menino e o Mundo (2016) e Ferdinand (2018), e em documentários como O Sal da Terra (2015) e Democracia em Vertigem (2020). Ao todo, foram 35 indicações para 22 filmes ao longo das décadas.
Exibição nos cinemas e estreia no streaming
Ainda Estou Aqui segue em exibição nos cinemas e deve ganhar fôlego extra com a vitória no Oscar. A produção tem estreia prevista no Globoplay para o dia 6 de abril.