Ozempic manipulado: perigos e riscos à saúde

Especialistas alertam sobre os perigos de versões manipuladas e sem controle rigoroso de qualidade para o tratamento de obesidade e diabetes

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Especialistas alertam sobre a falta de controle na fabricação dessas versões alternativas, que não passam pelos rigorosos testes necessários para garantir sua eficácia e segurançaImagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Nos últimos tempos, a popularização do uso de medicamentos como o Ozempic e o Wegovy tem gerado discussões sobre sua segurança e eficácia, principalmente quando se trata de versões manipuladas e alternativas. Diversas entidades médicas, incluindo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), têm feito alertas sobre os riscos envolvidos no uso dessas medicações fora dos padrões aprovados.

Os medicamentos em questão, como a semaglutida (Ozempic, Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro, Zepbound), são considerados tratamentos eficazes para a obesidade e o diabetes tipo 2. No entanto, são substâncias biológicas que exigem processos de fabricação rigorosos, com controle de esterilidade e estabilidade térmica, a fim de garantir sua eficácia e segurança. A manipulação desses medicamentos, portanto, coloca os pacientes em risco.

De acordo com as entidades médicas, o uso de versões alternativas, manipuladas e não regulamentadas por agências de saúde, como a Anvisa, pode trazer sérios danos à saúde. Isso ocorre porque esses produtos não passam pelos testes necessários de bioequivalência, o que torna impossível garantir que o corpo os metabolize da forma correta. Relatos da FDA, agência americana responsável pela regulamentação de medicamentos, apontam problemas graves com esses produtos, como doses erradas, contaminações e até substituições por substâncias não previstas.

Segurança em jogo

Além disso, muitos profissionais de saúde estão comercializando essas versões manipuladas de forma ilegal, o que configura violação do Código de Ética Médica. A venda de medicamentos por meio de redes sociais, sites não regulamentados ou por WhatsApp aumenta ainda mais o risco de adulteração e ineficácia, além de desestabilizar a substância, comprometendo a saúde dos usuários.

Diante disso, as principais orientações das entidades médicas incluem a recomendação de que apenas medicamentos aprovados por agências reguladoras sejam utilizados, como os vendidos em farmácias regulamentadas e com a devida emissão de nota fiscal. Profissionais de saúde também são incentivados a evitar a prescrição de versões manipuladas e alternativas.

Falsificação de medicamentos

O alerta sobre a manipulação de medicamentos ganha ainda mais relevância em um contexto de escassez de insumos, como apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A falta de medicamentos, como a semaglutida, pode levar pacientes a buscar opções não regulamentadas, aumentando os riscos de consumo de substâncias de qualidade duvidosa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também está atenta ao mercado de medicamentos falsificados. Em outubro de 2024, a agência recebeu informações sobre irregularidades na venda de canetas de insulina com rótulos de Ozempic. Isso evidência o risco crescente de falsificações e reforça a importância de adquirir medicamentos apenas em farmácias autorizadas.

Em resumo, a conscientização sobre os riscos das versões manipuladas e alternativas desses medicamentos é fundamental. Tanto profissionais de saúde quanto pacientes devem agir com responsabilidade, priorizando tratamentos seguros e aprovados por órgãos reguladores, para evitar danos à saúde e garantir a eficácia dos tratamentos contra a obesidade e o diabetes.

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