O ano de 2024 envolveu um cenário de desconfiança entre os consumidores brasileiros, de acordo com o Índice de Confiança do Consumidor Shopee (ICC). Em dezembro, o índice registrou uma queda de três pontos, alcançando 114 pontos, uma diferença pequena quando comparado ao mesmo mês de 2023, mas ainda assim um reflexo do momento delicado enfrentado por muitos.
Os consumidores com renda abaixo de 2.100 reais conseguiram uma leve recuperação, com um aumento de 0,1 ponto em relação a novembro, fechando o mês com 105,1 pontos. Esse crescimento, embora modesto, indica um nível de otimismo nessa camada da população. Já aqueles que possuem rendimentos entre 2.100 e 4.800 reais mostraram uma queda mais acentuada. O índice atingiu 116,4 pontos, uma redução de 4,7 pontos em relação ao mesmo mês de 2023 e de 4,2 pontos quando comparado com novembro.
Os dados apontam que, entre os grupos de maior renda, os mais altos níveis de confiança vieram dos consumidores com ganhos monetários entre 4.800 e 9.600 reais. Esse grupo obteve 127,1 pontos, mas, ainda assim, ocorreu uma queda de 4,1 pontos em relação a novembro. Quando comparado ao ano anterior, o crescimento foi tímido, de 0,8 ponto.
Nordeste em alta
No cenário regional, o Sul e o Sudeste registraram diminuições significativas, com o Sul apresentando uma queda de 4,2 pontos no comparativo anual e o Sudeste, uma redução de 4,5 pontos em relação a novembro. O índice de confiança no Sudeste ficou em 108,2 pontos. Em contrapartida, o Nordeste surpreendeu ao alcançar 120,5 pontos, destacando-se como a região com maior confiança. Apesar de uma pequena queda de 0,8 ponto em relação ao mês anterior, o Nordeste se manteve com um desempenho robusto em comparação ao ano passado, com uma alta expressiva de 11,1 pontos.
Esse cenário revela um Brasil dividido, com as regiões e faixas de renda demonstrando perspectivas variadas sobre o futuro do varejo e da economia. A confiança do consumidor segue sendo uma proporção importante para avaliar as expectativas da população frente aos desafios econômicos, e, com o início de 2025, as expectativas continuam em alta volatilidade.