Entramos num período de reflexão. Onde buscamos projetar o que de melhor podemos fazer para nossa família, nossos amigos, nossa comunidade. Em que tão somente o sentido do nascimento de Jesus Cristo nos leva (ou deveria levar) ao sentido de partilha, de melhoria da sociedade, de um mundo mais justo e fraterno. Do sonho de um ano novo repleto de conquistas pessoais, sociais e coletivas. Onde a busca de um país deve (ou deveria) ser também levado em consideração para que nossos entes queridos e filhos herdem um Brasil com maior qualidade de vida, mais educação e cooperação.
Mas o que a segurança pública pode auxiliar nisso tudo?
Muito. Tivemos várias operações durante o ano que nos mostraram que o combate à corrupção no país continua aquém do mínimo necessário. Nosso índice de percepção da corrupção, segundo o portal Transparência Internacional, é baixíssimo. Entre 180 países estamos em 104º lugar. Muito distantes da média global e muito abaixo até de nossos vizinhos fronteiriços. Nos últimos anos conseguimos ter um retrocesso na avaliação do combate á corrupção, muito pelos ataques constantes às principais instituições que fazem diuturnamente esse trabalho, por meio de massiva e financiada propaganda de descrédito e mentiras nas redes sociais.
Operação Overclean
Essa semana tivemos mais uma prova de que precisamos evoluir e dar maior condição das instituições brasileiras fazerem seu trabalho contra a corrupção de maneira firme, coordenada e com acesso a provas. A operação Overclean mostrou um desvio absurdo de 1,4 bilhões de reais por meio de emendas usando contratos fraudulentos e obras superfaturadas.
Essa situação de falta de força das instituições para coibir a corrupção atrelada a um caldo cultural/político que está imerso na impunidade contínua, nos leva a uma visão muito ruim do nosso futuro enquanto sociedade. O crime de colarinho branco cresce e se envolve com as facções criminosas que já “caíram no doping financeiro” e não vemos muitas soluções.
Os sussurros do bem surgem! Eis que observamos, embaixo de saraivadas de críticas, decisão do Supremo Tribunal Federal que exige o básico nas emendas que BOMBAM a corrupção diária: TRANSPARÊNCIA NAS EMENDAS PARLAMENTARES. Nesse final de ano também fomos aquecidos pela prisão de alta patente do Exército que planejava ditadura no país e insistia em alterar depoimentos e provas de sua conduta, buscando uma anistia transversa.
Por fim, para não fugir das teses de criminologia crítica, mesclando com as escolas punitivistas, não podemos fugir ao que é certo. A sociedade brasileira se acostumou com a falta do “enforcement” estatal. Mas ele ainda vive (por aparelhos e ainda dá sinais de vida) e parece que reage às afrontas da cúpula política que insiste em manter as estruturas de corrupção em plenos pulmões.
Parece antagônico, mas para além do que necessitamos urgentemente – de mudanças para melhoria da nossa eficiência – as instituições continuam seu trabalho, reagindo, buscando forças no emaranhado de previsões e leis excessivamente burocráticas atrasadas. A nós, brasileiros, cabe hoje buscar um país melhor para todos os seus cidadãos. Para que o dinheiro desviado dos cofres públicos seja realmente empregado em saúde, educação e melhoria da qualidade de vida de todos. Assim como Jesus buscou até ser traído, capturado e crucificado. Honremos esse legado de busca de melhoria para todos. Desejo que essa consciência pulule em todos os brasileiros. Até mesmo aqueles que traíram a democracia e seus mandatos eletivos. Que as festas sejam possíveis e mais igualitárias e felizes para todos.