Inflação e juros altos desafiam economia brasileira

Aumento de preços afeta os mais pobres, enquanto Selic elevada restringe crédito e crescimento

Giza Soares
Por Giza Soares 3 Min Leitura
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Preços altos e crédito caro desafiam consumidores no supermercadoImagem: Arquivo/Agência Brasil
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A economia brasileira enfrenta desafios significativos com a inflação em alta e juros elevados, impactando diretamente o consumo e a produção. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 4,76% nos últimos 12 meses, ultrapassando o teto da meta de 4,5%.

Essa inflação afeta diretamente os mais pobres, base eleitoral do presidente Lula, ao reduzir seu poder de compra. Além disso, o crédito, já encarecido por juros altos, torna-se menos acessível. Para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 11,25% ao ano. O mercado financeiro projeta novos aumentos, com a possibilidade de a taxa atingir 13% em 2025. Embora eficaz no controle de preços, a alta dos juros encarece o crédito e dificulta a expansão econômica, afetando especialmente os consumidores mais vulneráveis.

Sob pressão

O crescimento econômico em 2023 foi estimado em 2,31%, segundo o Boletim Focus. Entretanto, o cenário fiscal é preocupante. Os gastos com a Previdência Social devem ultrapassar R$ 1 trilhão em 2025, enquanto o pagamento de juros da dívida pública somou R$ 614,55 bilhões em 2023. A relação dívida-PIB deve alcançar 80% ao final deste ano, ressaltando a necessidade urgente de reformas estruturais para equilibrar as contas públicas.

O mercado financeiro projeta novos aumentos, com a possibilidade de a taxa atingir 13% em 2025.

No âmbito fiscal, a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil, prevista para 2026, beneficiará cerca de 36 milhões de brasileiros. Contudo, especialistas alertam para o impacto dessa medida nas receitas governamentais. A decisão, tomada pelo núcleo político do governo, será um trunfo eleitoral, mas seus custos ainda são objeto de debate.

Recentemente, a cotação do dólar ultrapassou a marca de R$ 6,00, atingindo R$ 6,07.

Essa valorização pressiona os preços de produtos importados, como trigo e medicamentos, impactando o orçamento das famílias. Apesar disso, a Petrobras anunciou que, por enquanto, manterá os preços dos combustíveis estáveis, aproveitando a queda no preço internacional do petróleo, que está em torno de US$ 73 por barril.

Futuro incerto

O cenário econômico brasileiro é marcado por contrastes. Reservas internacionais robustas e um saldo positivo na balança comercial oferecem algum alívio. No entanto, a inflação elevada e a necessidade de reformas estruturais permanecem como desafios centrais. A capacidade do governo de equilibrar crescimento econômico, controle fiscal e justiça social será crucial para determinar os rumos do país nos próximos anos.

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