Empresas brasileiras adotam semana de trabalho de 4 Dias após projeto-piloto

Redução de jornada trouxe aumento de energia e produtividade para a maioria, mas também elevou a pressão para 20% dos participantes

Danieli Aguiar
Por Danieli Aguiar 3 Min Leitura
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Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Após seis meses de teste, diversas empresas no Brasil decidiram manter a semana de trabalho de quatro dias, com resultados positivos relatados tanto por líderes quanto por trabalhadores. A iniciativa, que envolveu todas ou parte das equipes das 19 empresas participantes, revelou que a carga horária reduzida trouxe mais energia e produtividade.

Das empresas envolvidas, oito decidiram implementar permanentemente o modelo de quatro dias, enquanto sete optaram por estender o experimento até o final do ano para avaliar os efeitos a longo prazo. Uma das empresas planeja expandir a semana reduzida para outros setores, e três estão ajustando o formato para conceder folgas quinzenais.

Apesar dos benefícios, quase metade dos participantes percebeu um aumento no ritmo de trabalho, e 20% relataram sentir maior pressão. Nenhuma das empresas retornará imediatamente ao cronograma tradicional de cinco dias por semana.

O projeto foi conduzido pela “4 Day Week Brazil”, em parceria com a organização internacional “4 Day Week Global”, que realiza pesquisas sobre o trabalho em diversas partes do mundo. A preparação para o teste durou três meses, de setembro a dezembro do ano passado, com a implementação da nova carga horária em janeiro. Durante o projeto, os trabalhadores mantiveram o salário integral e buscaram manter 100% da produtividade.

A Pesquisa

O teste da semana de trabalho de quatro dias já foi realizado em países como Reino Unido, Irlanda, Austrália e Estados Unidos, com o Brasil sendo o primeiro na América do Sul a participar. As empresas tiveram a opção de conceder um dia de folga semanal ou reduzir a carga horária diária de oito para seis horas, e todas escolheram o dia de folga.

A maioria das empresas deixou a sexta-feira livre, enquanto outras, que precisavam manter operações nesse dia, adotaram rodízios ou outras estratégias. Desde o início do projeto, a 4 Day Week Brazil monitorou os indicadores junto às empresas, com pesquisas realizadas em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Boston College, entre outras instituições.

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