As investigações da Polícia Federal agitaram a última semana. Continuam caminhando e vão chegando às conclusões. No caso da venda de joias já há relatório com farto indício de autoria e materialidade nos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Para aqueles que ainda se colocam na posição de ignorância – conforme o advogado Frederick Wassef afirmou: “O povo não tem tempo para ler e nem vai entender isso”, – vamos tentar deixar tudo bem certinho: conforme o relatório apresentado a venda ilícita faturou 6,8 milhões de reais e parte dela custeou as despesas do ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, quando de sua permanência com a família naquele país pós tentativa de golpe do dia 08/01.
Como a PF chegou a essa conclusão?
Bolsonaro não usou recursos de suas contas bancárias para gastos durante a viagem. Alguém consegue ir para os EUA e não gastar? NÃO. Foi utilizado dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas. Ainda segundo o relatório, a associação criminosa para recebimento desses 6,8 milhões começou em outubro de 2019.
Tem mensagem ordenando Mauro Cid a levar peças de ouro para venda nos EUA? TEM!!! No avião da Força Aérea Brasileira?? SIM!! Tem link do leilão com o nome do ex-presidente?? TEM TAMBÉM! – Loja fortuna Auctions – contato “Pr Bolsonaro 2023 – 556191738108”.
Rolex vendido ilegalmente
Para não alongarmos muito e a matéria não virar uma cópia do relatório vale apenas mais algumas ponderações: a recompra do rolex vendido ilegalmente tem trechos de conversas que soam como “batom na cueca” e as despesas foram todas rateadas para o advogado correr para o local. Um dono de factoring transfere o dinheiro a pedido, na correria, após ameaça quase velada. E depois Cid usa casa no Setor Militar Urbano para repassar o “resgatado rolex” para outro assessor do ex-presidente: Crivellati. Cenas de minissérie policial!
Na quinta-feira (11/07) mais uma da minissérie policial – aceito nomes para batismo dela, vamos escrever? – a “Abin paralela” tem mais um capítulo – a quarta fase. Lembrando que tudo, ao final vai se encaixar. São interdependentes os fatos, ações e corrupções.
Uso ilegal da Abin
O uso da Agência Brasileira de Inteligência de forma ilegal vem se mostrando cada vez mais clara e evidente. A suposta organização usava a Agência para monitorar ilegalmente autoridades públicas, imprensa e alvos específicos, considerados opositores pelo grupo criminoso. Foram cumpridos 5 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão. O que agrava ainda mais, o já grave indício de crime, é que a estrutura dentro da agência também produzia notícias falsas e usava a estrutura para atingir a maior quantidade de pessoas no menor tempo possível, por meio de perfis falsos. O grupo acessou computadores, telefones e estrutura de monitoramento de forma ilegal contra parlamentares, membros do poder executivo e assessores, membros do judiciário, Ministério Publico e imprensa. Lembra que falei que todas as investigações têm ligação pelo objetivo? Pois bem, os supostos crimes são: organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações. Qual o nome da minissérie mesmo?
Parabéns pela matéria Werneck, sem dúvidas é uma grande contribuição para o entendimento público de mais uma crise moral e dos crimes provocada pelo corrupto e inelegível.