Hoje marca o 50º dia desde a fuga dos detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, um marco que coincide com a captura de João Victor Xavier da Cunha, integrante do Comando Vermelho (CV), suspeito de apoiar os fugitivos, em uma pousada na Praia do Futuro, em Fortaleza. A prisão foi resultado de uma operação coordenada pela Polícia Federal, após um mandado expedido pela 8ª Vara Federal de Mossoró (RN).
Cunha, de 25 anos, foi detido na segunda-feira (1º/4), encerrando uma busca que se estendia por diversos locais. O desdobramento da prisão foi acompanhado pela divulgação de um relatório da Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que apontou falhas nos protocolos de segurança da penitenciária. No entanto, o relatório não encontrou evidências de corrupção entre os funcionários.
Primeira fuga desse tipo no Brasil
A fuga dos detentos, Deibson Cabral Nascimento, conhecido como “Deisinho” ou “Tatu”, e Rogério da Silva Mendonça, ambos integrantes do Comando Vermelho, ocorreu por volta das 3h30 do dia 14 de fevereiro. Surpreendentemente, as câmeras de segurança estavam inoperantes no momento crucial. Os detentos utilizaram ferramentas da própria obra da unidade prisional para romper as paredes das celas, marcando a primeira fuga desse tipo de prisão no Brasil.
A Penitenciária Federal de Mossoró, inaugurada em julho de 2009 em meio à paisagem rural do Rio Grande do Norte, enfrenta agora o desafio de reforçar seus sistemas de segurança diante das vulnerabilidades reveladas pela fuga e destacadas no relatório divulgado. A captura de Cunha representa um avanço nas investigações, mas também levanta questões sobre a eficácia dos procedimentos carcerários no país.