O presidente argentino, Javier Milei, enfrenta um desafio significativo nesta quarta-feira (24) com a greve geral convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país. A paralisação, que ocorre um mês e meio após Milei assumir o cargo, torna-se o primeiro teste diante das reformas econômicas implementadas por seu governo.
Voos
A greve teve impacto direto nos voos das companhias aéreas brasileiras Gol e Latam, que foram cancelados. A Latam ofereceu aos passageiros a opção de remarcação sem custo adicional ou reembolso total, enquanto a Gol afirmou que o cancelamento afetará as operações aeroportuárias em cidades como Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rosario, também permitindo remarcação e reembolso integral.
CGT
A adesão à greve não se limita à CGT, com a Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA) e a organização Mães e Avós da Praça de Maio também participando do movimento. Os protestos visam expressar descontentamento com as medidas que restringem o direito à paralisação e impactam o financiamento sindical, além de refletir a insatisfação generalizada com as políticas econômicas adotadas por Milei.
As mudanças, como a desvalorização da moeda em 50% e a liberalização dos preços dos combustíveis, resultaram em uma significativa redução do poder aquisitivo de trabalhadores assalariados e aposentados. Com duração de 12 horas, a greve começará ao meio-dia com uma passeata da sede da CGT até o Congresso, sob o lema “O país não está à venda”.
O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) estabelecido por Milei ao assumir o cargo trouxe alterações na legislação trabalhista argentina, especialmente em relação ao direito à greve. O presidente exige uma cobertura mínima de 75% em serviços essenciais e promove demissões por justa causa de grevistas.
Em resposta, o governo argentino anunciou que descontará o dia parado do salário dos funcionários públicos grevistas e estabeleceu uma linha telefônica gratuita e anônima para relatar possíveis pressões sindicais. A ministra da Segurança, Patricia Bulrich, reforçou a implementação do “protocolo antipiquete”, que permite o uso de força proporcional e a punição de manifestantes durante bloqueios de vias públicas.