Criança picada por carrapato à beira do lago Paranoá suspeita de febre maculosa no DF

Secretaria de Saúde realiza testes para confirmar o diagnóstico enquanto a família da criança e autoridades de saúde monitoram o caso.

Danieli Aguiar
Por Danieli Aguiar 4 Min Leitura
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Imagem: Arquivo/Agência Brasil
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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal está conduzindo uma investigação e realizando testes para determinar se uma criança, picada por um carrapato enquanto brincava em um jardim próximo ao Lago Paranoá, contraiu a febre maculosa. As primeiras informações sugerem que o diagnóstico precoce levou ao início imediato do tratamento com antibióticos, antes mesmo da confirmação laboratorial da doença.

Segundo relatos da mãe, compartilhados em um grupo de WhatsApp, a criança permaneceu internada por cinco dias em um hospital privado de Brasília, onde o primeiro teste indicou a presença da doença. Atualmente, ela já está em casa e em boa condição, sendo monitorada pela equipe da Secretaria de Saúde (SES-DF). As amostras dos testes realizados no hospital foram enviadas à diretoria de vigilância epidemiológica da SES-DF para uma segunda verificação e confirmação da infecção por carrapato.

O outro lado

Em resposta, a Secretaria de Saúde esclareceu que não há confirmação oficial de casos de febre maculosa no Distrito Federal até o momento. A pasta destacou que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) é a autoridade de referência para a confirmação diagnóstica e que a unidade particular não havia notificado a paciente no Sistema de Informações, conforme regulamentação.

A SES-DF enfatizou que a confirmação da infecção ocorre em três etapas distintas, incluindo a coleta de amostras nos primeiros dias da doença e novamente entre 14 a 21 dias após a primeira coleta. Posteriormente, as amostras são enviadas ao laboratório da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), em Minas Gerais, para análise e confirmação.

A Secretaria de Saúde está em contato com a unidade privada para obter mais informações sobre o caso.

Contágio e prevenção

A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela, também conhecido como micuim, quando este está infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Especialistas ressaltam que a melhor prevenção é evitar o contato com carrapatos, já que a febre maculosa não é transmitida de pessoa para pessoa, mas sim pela picada de carrapatos infectados.

Os hospedeiros dos carrapatos incluem mamíferos como cães, bois, cavalos e capivaras, que são suscetíveis à infecção por Rickettsia e podem transmitir a bactéria aos carrapatos que deles se alimentam. Uma fêmea de carrapato infectado pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir a bactéria.

Letalidade

A médica infectologista Joana D’arc Gonçalves explicou que os sintomas da febre maculosa geralmente incluem mal-estar, febre alta súbita, erupções cutâneas, sangramento e, em casos não tratados, a doença pode ser fatal, com uma letalidade superior a 50%. A faixa etária mais afetada nos últimos anos tem sido a dos jovens, que frequentam áreas de risco, como matas.

Para prevenir a infecção por carrapatos, Joana aconselha o uso de roupas de manga comprida, repelentes e a verificação cuidadosa do corpo após atividades em áreas suscetíveis a carrapatos. Ela recomenda também que as pessoas verifiquem se foram picadas por carrapatos, mas sem esmagá-los para evitar possíveis infecções.

Casos registrados no DF

Até o momento, foram registrados casos isolados de febre maculosa no Distrito Federal em anos anteriores, com apenas um caso em 2012, um em 2013 e dois em 2016.

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